Doutor Jairo
Assista » Sexo

Fingir orgasmo é comum, mas será que vale a pena?

Fingir orgasmo pode estar relacionado à tentativa de evitar um conflito ou poupar o outro - Arte
Fingir orgasmo pode estar relacionado à tentativa de evitar um conflito ou poupar o outro - Arte

Redação Publicado em 03/03/2021, às 12h00

Fingir orgasmo: Por quê? Para quê? Precisa? O que sinaliza esse comportamento?

O ato de fingir não é legal em nenhuma situação. Ao fingir o orgasmo, deixamos de falar a verdade e produzimos uma versão paralela por diversas justificativas, como evitar um conflito ou não precisar pensar muito sobre determinado assunto. De qualquer forma, fingir nunca é uma atitude positiva. 

Em um relacionamento, é menos ainda. Mesmo que o objetivo seja impedir que o parceiro - ou parceira - fique estressado ou, ainda, poupá-lo(a) de algum tipo de sofrimento. Em nenhuma dessas situações, o ato de fingir teria justificativa.  

Ninguém ganha com isso

No momento do sexo, fingir orgasmo é extremamente negativo para a pessoa que faz isso, porque ela acaba perdendo a chance de entender uma dificuldade do casal e, consequentemente, conseguir transformar esse obstáculo e melhorar a qualidade da vida sexual. Além disso, a situação também não é legal para quem está do outro lado, pois esse perde igualmente a oportunidade de enxergar o que pode ser feito para aprimorar a vida a dois.

O sexo é, muito provavelmente, o momento ou um dos momentos de maior intimidade de um casal. E, como tudo na vida, haverá dias que será ótimo para os dois, dias em que pode ser melhor para um, mas não tanto para o outro e, ainda, dias que ambos não curtiram. Sendo assim, a pessoa fingir prazer ou até o orgasmo seria desnecessário.

Não precisa gozar sempre 

Não é todo mundo que está a fim sempre, e isso precisa ser algo muito claro dentro de um relacionamento. Há dias mais cansativos, estressantes, em que a pessoa está de mal-humor ou se sentindo mal. Nesses casos, possivelmente, o sexo não será tão bom e haverá uma dificuldade maior em alcançar o orgasmo

Então, que tal assumir que aquele dia não foi tão legal ou evitar relações sexuais nesses momentos ou, até mesmo, ter a relação sabendo que não será uma maravilha e pode acontecer de não chegar "lá". É preciso fugir da chamada “ditadura do orgasmo”, a ideia de que é necessário alcança-lo em todas às relações sexuais. 

Vale lembrar que fingir o orgasmo é algo que faz parte da vida sexual tanto das mulheres, como dos homens. Muitos homens acabam fingindo e dizendo que foi maravilhoso e que ejacularam, tudo para evitar desconforto com a parceira ou parceiro e, até mesmo, com si próprio. 

Posso passar uma vida inteira sem orgasmo?

Se isso acontecer, a pessoa também está perdendo uma oportunidade de tentar entender quais são essas dificuldades e como melhorar isso. Mas, uma vez ou outra, faz parte da vida de todo mundo. 

O problema está em fingir para evitar conflito, impedir alguma situação de estresse ou como uma forma de poupar o outro. Além disso, o fingimento também pode ser para si mesmo, evitando contato com um conflito próprio. Quando existe a dificuldade de chegar ao orgasmo, e de comunicar isso ao parceiro(a), a pessoa foge do trabalho de entender o que está acontecendo com ela mesma. 

Oportunidade para conversar

É nítido que as razões para fazer isso são muitas. Porém, ao invés de fingir, se uma pessoa não consegue ter o orgasmo e isso acontece frequentemente, é uma boa oportunidade para conversar, procurar entender e tentar melhorar. Mostrar ao outro o que é legal e o que não é. 

Muitas vezes, o parceiro ou parceira acaba tendo algumas atitudes durante a relação sexual que desanimam, quebram o clima ou deixam o outro em uma situação desconfortável. Sendo assim, é um bom momento para o casal tentar entender o que está acontecendo e, a partir daí, reestruturar o relacionamento para que o orgasmo venha de forma mais natural e tranquila para ambos. 

Não é preciso fingir o orgasmo, ainda mais repetir o comportamento. Se aconteceu uma vez ou outra, é normal e não há grandes problemas, porém é importante não deixar isso se transformar em um padrão de comportamento que, no fundo, só dificulta o encontro do casal.