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Doença de Parkinson: 5 fatos que você deve conhecer

Por ser uma doença progressiva, os sintomas tendem a piorar com o tempo - iStock
Por ser uma doença progressiva, os sintomas tendem a piorar com o tempo - iStock

11 de abril é o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson. A data, estabelecida desde 1998 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tem o objetivo de conscientizar sobre a condição, sobre a importância do diagnóstico precoce e sobre as opções de tratamento para que o paciente tenha uma melhor qualidade de vida.

Segundo a OMS, estima-se que 1% da população mundial acima dos 65 anos convive com a doença e, no Brasil, são cerca de 200 mil pessoas. Com o aumento da expectativa de vida e com o envelhecimento populacional, acredita-se que essa porcentagem possa alcançar os 3% até 2030. 

Vale lembrar que o Parkinson atinge a área do cérebro responsável pelo controle dos movimentos do corpo, provocando rigidez dos músculos e lentidão dos movimentos e  é considerado a segunda doença neurodegenerativa mais comum, ficando atrás apenas do Alzheimer. 

Para conhecer um pouco mais sobre a doença e suas características, reunimos cinco fatos  que você deve conhecer e que vão desde sintomas até o tratamento. 

1. Tremor não é o único sintoma 

O sintoma mais característico da doença de Parkinson é o tremor, que pode ocorrer nas mãos, nos braços, nas pernas, na mandíbula ou na cabeça. Muitas pessoas associam esse sintoma ao pensar na doença, entretanto, ele é apenas um dos indícios.

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Confira, aqui, quais são os principais sintomas da doença de Parkinson

Um dos primeiros sinais são as quedas frequentes. Com a instabilidade postural e a lentidão dos movimentos provocadas pela neurodegeneração, há o aumento dos tropeços. Além disso, acontece a perda da expressão facial e a rigidez muscular (a impressão de a musculatura estar sempre muito contraída). 

Em pessoas mais velhas, também pode aparecer a chamada lentidão cognitiva, na qual o indivíduo demora mais para pensar e, consequentemente, leva um tempo maior para iniciar uma ação. Na prática, o indivíduo se percebe mais lento, com dificuldades de levantar de uma cadeira, acaba arrastando os pés ao caminhar ou tem menos agilidade na hora de se vestir, por exemplo.     

2. Nem todo mundo é idoso 

Em geral, o Parkinson afeta indivíduos mais velhos, a partir dos 60 anos. Mas uma parcela de 15% a 20% de todos os portadores começa a apresentar os sintomas antes dos 40 anos. Nesses casos, a doença é classificada como Parkinson precoce. 

3. O tratamento não é só medicamentoso

Apesar de a doença de Parkinson não ter cura, o tratamento é essencial e tem como objetivo controlar os sintomas, isto é, diminuir o prejuízo funcional provocado pela neurodegeneração. Assim, o portador tem maiores chances de viver uma vida mais independente e com qualidade por mais tempo.

A melhor forma de tratamento da doença é feita através da combinação dos medicamentos com a reabilitação. No caso do tratamento medicamentoso, os remédios prescritos pelo médico atuam diretamente no cérebro para retardar os sintomas do Parkinson.

Porém, só ele não é o suficiente, porque nem todos os sintomas respondem bem aos medicamentos – a rigidez muscular, a lentidão dos movimentos e o tremor são os que melhor reagem a essa abordagem. 

Por isso, é importante seguir um tratamento multidisciplinar, o que inclui a fisioterapia, exercícios de fonoaudiologia, acompanhamento nutricional e psicológico. Todas essas opções ajudarão, juntamente com os remédios, a reduzir o avanço dos sintomas.   

Confira:

4. A alimentação também é importante 

Como o Parkinson é uma doença que provoca a rigidez muscular e a lentidão dos movimentos, esses sintomas atingem todos os músculos do corpo, inclusive os responsáveis pela deglutição e pelo processo digestivo

Grande parte das pessoas que desenvolvem Parkinson apresenta dificuldade de engolir e mastigar devido ao enfraquecimento dos músculos da boca, da língua e da garganta. Com essa função comprometida, existe um aumento dos riscos de engasgos, principalmente com os líquidos, como a água.   

Outra queixa frequente está relacionada à função intestinal. Os movimentos peristálticos, realizados pelos músculos do tubo digestivo e responsáveis pela movimentação dos alimentos ao longo do sistema digestório, acabam ficando enrijecidos e provocam a constipação (prisão de ventre).  

Assim, é importante contar com um acompanhamento nutricional. De acordo com o estágio da doença e as necessidades de cada um, o nutricionista altera a consistência dos alimentos (para evitar problemas com a deglutição) e indica uma dieta rica em fibras (para impedir a constipação), garantindo que o paciente tenha uma alimentação completa em valor nutricional e nutritiva. 

5. A terapia deve fazer parte do tratamento

O tratamento do Parkinson é multidisciplinar, sendo assim, além da parte física, a questão emocional também precisa ser trabalhada. A depressão é um dos sintomas da doença e, muitas vezes, pode aparecer antes mesmo das alterações motoras.

O acompanhamento psicológico ajuda aquelas pessoas que convivem com o Parkinson a lidarem melhor com as perdas e com os sentimentos relacionados à doença, até mesmo a raiva e a rejeição. A terapia, junto com as outras opções de tratamento, ajuda o paciente na busca pela aceitação, a ficar mais disposto, animado e com mais vontade de viver.   

Vale lembrar que, além do paciente, a família também precisa ter esse apoio psicológico. É essencial que ela aprenda quais as limitações impostas pela doença e como encarar cada uma delas da melhor forma possível.   

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Milena Alvarez

Milena Alvarez

Caiçara e jornalista de saúde há quatro anos. Tem interesse por assuntos relacionados a comportamento, saúde mental, saúde da mulher e maternidade. @milenaralvarez