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Existe bebida forte e bebida fraca?

O que conta na hora do consumo não é a concentração, mas sim a dose total de álcool - iStock
O que conta na hora do consumo não é a concentração, mas sim a dose total de álcool - iStock

Jairo Bouer Publicado em 06/03/2021, às 10h00

Pois é, pessoal! Mais um mito que ronda o imaginário das pessoas é que existem bebidas alcoólicas fortes e fracas. Por essa lógica, beber cerveja, por exemplo, faria menos mal porque ela seria mais fraca. Mas a história não é bem assim! Afinal, o álcool presente em bebidas fermentadas e destiladas é o mesmo: etanol. Bebidas fermentadas podem ter uma concentração de álcool menor do que destilados, mas o que conta na hora do consumo não é a concentração, mas sim a dose total de etanol ingerida pela pessoa em cada ocasião.

Para facilitar essa compreensão é importante entender o conceito de equivalência de álcool. Uma lata de cerveja (330 ml), uma taça de vinho (100 ml) ou uma dose de destilado (30 ml) têm aproximadamente a mesma quantidade de álcool, algo entre 10 g a 12 g. Ou seja, se em uma balada um amigo toma dois drinques com uma dose de destilado em cada um, e você bebe seis latinhas de cerveja (achando que ela é mais fraca), na verdade você consumiu três vezes mais álcool que seu parceiro. Entendeu essa conta?

Qual a dose segura?

Na mesma linha de raciocínio, as pessoas costumam perguntar qual seria a dose segura para se beber. Existe uma recomendação da Organização Mundial da Saúde que o consumo de álcool em uma única ocasião nunca deve ultrapassar quatro doses para homens e três doses para mulheres. Sim, mulheres são mais sensíveis aos efeitos do álcool do que os homens, por uma série de questões fisiológicas. Na mesma linha, o NIAAA (National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism), dos EUA, tem uma recomendação mais rígida: homens podem tomar até duas doses por dia, enquanto as mulheres apenas uma.

Mas essas recomendações de doses são apenas recortes gerais, já que para algumas pessoas uma única dose já provoca uma alteração importante do comportamento e pode comprometer sua segurança e saúde. Existe o limite de cada indivíduo, e por isso é importante que você entenda e perceba as mudanças que o consumo de bebida está provocando em você e saiba parar na hora certa.

Misturar aumenta os riscos? 

Já que estamos falando em bebidas alcoólicas, vai mais um recado: não há comprovação de que misturar tipos diferentes de bebida em uma única ocasião aumenta os riscos de embriaguez. De novo o que vale é a soma da quantidade de álcool presente em cada uma delas.

Beber de estômago cheio pode diminuir a velocidade de absorção do álcool (principalmente se a refeição tiver alimentos gordurosos), e o inverso também vale: beber de “barriga vazia” aumenta essa velocidade e a pessoa pode ficar embriagada mais rápido.

Mais um recado, misturar sucos, refrigerantes ou energéticos mais doces ao álcool melhora o gosto da bebida e pode fazer a pessoa beber com maior frequência e em maior quantidade. Assim, é importante ficar atento para essas misturas. E algumas pesquisas mais recentes têm apontado que misturar bebidas diet ao invés de bebidas com açúcar pode aumentar a velocidade de absorção do álcool e ampliar os riscos de embriaguez. Ou seja, cuidado!

Quer saber mais cobre consumo responsável? Você encontra informações no site DrinkIQ.

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