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Transtorno de personalidade: precisa tomar remédio para sempre?

Ter um transtorno de personalidade pode trazer enorme sofrimento e afetar a qualidade de vida - Arte
Ter um transtorno de personalidade pode trazer enorme sofrimento e afetar a qualidade de vida - Arte

Redação Publicado em 03/05/2022, às 18h00

“Doutor, quem tem transtorno de personalidade esquizotípica precisa tomar remédio para sempre?”

Antes de tudo, é importante lembrar que o diagnóstico de transtorno de personalidade não é fácil, exige bastante tempo, critério e cuidado por parte do psiquiatra para que seja feito de forma correta. 

Normalmente, o transtorno de personalidade esquizotípica tem como principais características: 

  • Capacidade reduzida para construir relacionamentos íntimos e interações sociais;
  • Comportamento excêntrico ou, muitas vezes, condutas consideradas inadequadas para determinada situação;
  • Não é incomum que pessoas com a condição enfrentem outros transtornos psiquiátricos, como depressão ou abuso de substâncias;
  • Não ter amigos, confidentes e dificilmente ter relações amorosas. Não se sentir à vontade ao se relacionar com as pessoas;
  • Ansiedade e desconforto em situações de exposição social;
  • Interpretar de forma incorreta ou peculiar algumas coisas que acontecem ao seu redor;
  • Ser mais supersticioso, achar que tem poderes paranormais e que consegue prever eventos com antecedência;
  • Ter um discurso muito abstrato, dificultando o entendimento.

Normalmente, após o diagnóstico, os indivíduos com transtorno de personalidade esquizotípica fazem um acompanhamento com um profissional de saúde mental. Os cuidados envolvem uso de medicamentos (antipsicóticos ou antidepressivos) e terapias, como a cognitivo-comportamental (TCC), que ajuda a lidar com as situações de vida, ou a ocupacional, para que consigam se integrar ao dia a dia. 

Assim, alguém diagnosticado com a condição necessita de um apoio multidisciplinar para que possa se sentir melhor e ter uma vida com mais qualidade e tranquilidade.

Confira:

Então, precisa tomar remédio a vida toda?

Toda vez que falamos em transtornos psiquiátricos, existem sintomas, impactos e intensidades diferentes dependendo de cada pessoa. Assim, é importante que, uma vez que o diagnóstico é feito, esse indivíduo possa ter um acompanhamento adequado e, a depender da evolução do quadro, é possível pensar em qual a melhor estratégia a seguir.

Pode ficar sem remédio ou terapia? Eventualmente, sim. É preciso analisar caso a caso e o contexto pode mudar ao longo da vida. Ou seja, às vezes, pessoas que estão super bem têm algum gatilho e precisam retomar o uso dos medicamentos ou voltar para a terapia

O mais importante não está na questão de tomar ou não remédio, ter ou não um acompanhamento psicológico, o ideal é que a pessoa esteja bem, “funcionando" de uma maneira que seja bacana para ela e que consiga, de alguma forma, lidar com as suas dificuldades.