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Solidão aumenta risco de jovem ficar dependente da internet

Solidão leva adolescentes a passar mais tempo na internet, o que só agrava o mal-estar - iStock
Solidão leva adolescentes a passar mais tempo na internet, o que só agrava o mal-estar - iStock

Redação Publicado em 22/02/2021, às 20h49

Sentir solidão é um fator de risco para adolescentes desenvolverem o uso compulsivo de internet, um fenômeno que aumentou bastante durante a pandemia. Isso é o que aponta um estudo que envolveu 1.750 finlandeses abordados em três ocasiões: aos 16, aos 17 e aos 18 anos de idade.

Os resultados, publicados na revista científica Child Development, reforçam a ideia de que o uso da internet pode ter consequências positivas, quando feito de forma equilibrada. Já a compulsão por jogos e a busca constante por “likes” e comparações nas mídias sociais faz mal aos jovens.

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Mais vulneráveis

O isolamento social acentuou a solidão que muitos adolescentes já sentiam antes da pandemia. É comum buscar uma sensação de pertencimento na internet, e os que mais se sentem solitários são os mais vulneráveis à dependência. E o uso excessivo só piora ainda mais a situação.

De acordo com os pesquisadores, da Universidade de Helsinqui, os adolescentes de 16 anos e do sexo masculino são os que apresentam maior risco de se tornarem dependentes da internet. Para parte deles, o problema tende a persistir com o passar da idade, enquanto para outros pode melhorar com o envelhecimento.

Autocontrole

A redução do uso problemático da internet costuma estar associada ao desenvolvimento da capacidade de autorregulação e de autocontrole, conforme o cérebro do jovem se adapta e as tarefas relacionadas à educação direcionam sua atenção.

Para os autores do estudo, é bom saber que o problema quase sempre melhora na transição para a vida adulta. Mesmo assim, é preciso prestar atenção na forma como o jovem tem utilizado a internet, tanto em casa como na escola.

Recomendações

Pensar em meios de reduzir a solidão do adolescente também pode evitar o uso excessivo. O estudo também indicou que jovens cujos pais estão distantes e pouco interessados na vida dos filhos também são mais propensos ao uso problemático.

Os participantes que usavam a internet compulsivamente apresentavam sintomas depressivos, que se agravavam conforme o uso problemático aumentava. Interromper esse ciclo pode ser importante para evitar a consolidação do transtorno.

Esses jovens também são mais propensos a ter pior desempenho na escola, já que a internet consome tempo e prejudica a qualidade do sono.