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Fiuk fala sobre ausência do pai na infância; entenda os possíveis impactos

No BBB, Fiuk contou que não queria ser igual ao pai, Fábio Jr. - Reprodução / Globo
No BBB, Fiuk contou que não queria ser igual ao pai, Fábio Jr. - Reprodução / Globo

Giulia Poltronieri Publicado em 29/01/2021, às 09h23

Durante a madrugada desta sexta-feita (29), Fiuk teve uma conversa com Karol Conká e Lumena e relembrou seus tempos de infância. Além de voltar a falar sobre o período difícil que viveu na escola e as consequências de seu TDAH, ele também comentou sobre a relação com o pai.

"Eu não queria atuar, não queria cantar, porque meu pai foi muito ausente na minha infância. Isso de uma certa forma me travava, eu falava que não queria ser igual", contou ele, se referindo a Fábio Jr. 

Esse pensamento só foi mudar quando a mãe o matriculou em aulas de violão. "Até aí eu me sentia uma carta fora do baralho. Quando eu vi, a coisa que eu mais queria fazer era tocar violão, escondido de todo mundo".

Atualmente, Fiuk se considera cantor e ator e se dá muito bem com o pai, que está inclusive torcendo abertamente por ele no reality.

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Mas será mesmo que a ausência paterna tem consequências?

Segundo um estudo realizado em 2017 pela Universidade de Princeton, sim. Para responder essa pergunta, os pesquisadores reuniram cerca de 5 mil adolescentes, nascidos entre 1998 e 2000, e entrevistaram seus pais e mães quando os escolhidos completaram 1, 3, 5 e 9 anos. Na última vez, foram coletadas também amostras de DNA das crianças. O objetivo era ver se o tipo e o momento da perda - na primeira infância ou no meio dela - afetariam o desenvolvimento infantil.

O resultado foi a descoberta de que pessoas que crescem com um pai ausente têm telômeros (as extremidades dos cromossomos) mais curtos. O problema é que, com esse encurtamento, a saúde e a longevidade do indivíduo são afetadas. Doenças cardiovasculares e câncer, por exemplo, já foram associados ao encurtamento dos telômeros.

A pesquisa mostra ainda que crianças de 9 anos que não cresceram com a presença do pai têm telômeros 14% menor comparadas a crianças que tiveram um pai presente. Porém, se a ausência for resultante de pais falecidos ou presos, o número aumenta para 16%.

Em entrevista ao jornal Deseret News, Daniel Notterman, coautor do estudo, contou que sua equipe já imaginava que a ausência paterna pudesse afetar os telômeros, mas não sabia que seria tanto assim.

“Não conseguimos provar as razões para isso, mas temos especulações. As crianças precisam de pais: eles são muito importantes. Têm um papel econômico, mas também dão amor e atenção, estabilidade e coesão – e são modelos. É importante que os responsáveis pelas políticas públicas pensem em maneiras de diminuir esses efeitos adversos nas crianças”.