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Quanto tempo se exercitar por dia para viver mais?

Trabalho acompanhou quase 12 mil pessoas que participaram de estudos com rastreadores de fitness - iStock
Trabalho acompanhou quase 12 mil pessoas que participaram de estudos com rastreadores de fitness - iStock

Um novo estudo sugere que uma pessoa pode reduzir seu risco de mortalidade com muito menos exercício do que se poderia pensar. O trabalho descobriu que apenas 22 minutos de atividade física diária moderada a vigorosa podem reduzir o risco de morte prematura devido a um estilo de vida sedentário.

Os autores da pesquisa acompanharam 11.989 pessoas que participaram de vários estudos baseados em rastreadores de fitness: o Estudo Tromsø Norueguês, a Iniciativa de Envelhecimento Saudável Sueca, a Pesquisa Nacional de Atividade Física Norueguesa e a Pesquisa Nacional de Saúde e Exame de Nutrição dos EUA.

Todas as pessoas nos estudos tinham pelo menos 50 anos e relataram aos pesquisadores seu peso, altura, sexo, nível educacional, consumo de álcool, tabagismo e qualquer incidência prévia de câncer, doença cardiovascular ou diabetes. Dos participantes, 5.943 indivíduos passavam menos de 10,5 horas por dia sentados, enquanto 6.042 indivíduos passavam 10,5 horas ou mais sentados diariamente.

Tempo parado x tempo ativo

Os pesquisadores visaram avaliar o efeito do tempo sedentário e da atividade física no risco de mortalidade, conforme derivado dos registros de óbitos. Para pessoas que se exercitam menos de 22 minutos por dia, ficar sentado por mais de 12 horas foi associado a um aumento de 38% no risco de morte em comparação com ficar sentado por 8 horas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a prática de 150 a 300 minutos de exercício moderado a vigoroso por semana, ou pelo menos 75 minutos de exercício vigoroso, ou uma combinação de ambos. O estudo foi publicado no British Journal of Sports Medicine.

Importância de ser ativo

Várias pesquisas têm indicado que o sedentarismo aumenta os riscos de doenças e morte prematura. Vale lembrar que o coração é um músculo, que precisa ser exercitado assim como todos os outros.

Além do benefício cardiometabólico, a atividade física também melhora a saúde mental e as funções cognitivas, ou seja, faz o cérebro funcionar melhor. O sono também melhora com a prática de exercícios, o que, por sua vez, reduz o risco de lesões.

O estudo atual descobriu que indivíduos que fazem mais de 22 minutos de atividade física moderada a vigorosa por dia não têm risco aumentado de morte mesmo quando passam mais tempo do dia sem fazer nada.

Comece devagar

Quanto mais exercícios, melhor a saúde, por isso ultrapassar 22 minutos por dia pode ser ainda mais vantajoso. Porém, segundo os pesquisadores, com níveis mais elevados, de 60 a 120 minutos por dia de atividade vigorosa, a redução do risco tende a se estabilizar um pouco.

Para quem ainda que 22 minutos já é muito, fica uma dica: fracione esse total em duas sessões de 11 minutos cada. Uma caminhada acelerada após as principais refeições já traria benefícios importantes para a sua saúde.

Tatiana Pronin

Tatiana Pronin

Jornalista e editora do site Doutor Jairo, cobre ciência e saúde há mais de 20 anos, com forte interesse em saúde mental e ciências do comportamento. Vive em NY e é membro da Association of Health Care Journalists. Twitter: @tatianapronin