Redação Publicado em 31/07/2025, às 10h00
Enfrentar um luto é sempre um desafio, e muita gente chega a desenvolver depressão após perder alguém importante.
Mas novas pesquisas trazem uma informação que deve fazer todo mundo prestar mais atenção a esse tipo de sofrimento: uma pessoa pode até morrer de “coração partido” depois da perda de um ente querido.
Parentes enlutados que apresentaram “altos níveis” de sintomas de luto tiveram maior probabilidade de morrer nos 10 anos seguintes à perda do que aqueles que apresentaram “baixos níveis” de luto, de acordo com um estudo publicado no periódico Frontiers in Public Health.
No estudo, Mette Kjærgaard Nielsen, pesquisadora de pós-doutorado na Universidade de Aarhus, na Dinamarca, e seus colegas investigaram os desfechos de saúde a longo prazo de parentes enlutados ao longo de uma década, dividindo os 1.735 participantes em grupos que apresentaram “baixos níveis” e “altos níveis” de sintomas de luto.
Durante o período do estudo, 26,5% dos parentes que apresentaram altos níveis de luto morreram, em comparação com 7,3% daqueles que foram menos afetados.
Esses “altos níveis” de luto são definidos como a experiência de mais da metade de nove sintomas de luto identificados pelos pesquisadores. Isso inclui:
Os participantes responderam questionários quando se inscreveram no estudo, bem como seis meses e três anos após o luto, permitindo aos pesquisadores coletar seus sintomas.
Ao mesmo tempo, os pesquisadores observaram com que frequência os participantes interagiam com o sistema de saúde, descobrindo que parentes com altos sintomas de luto também utilizavam mais medicamentos antidepressivos, serviços de saúde mental e serviços de atenção primária.
De acordo com os autores, pessoas que apresentam alto grau de sofrimento devido ao luto são mais vulneráveis e precisam de atenção especial, já que esse tipo de estresse pode ter um efeito agudo sobre a saúde do coração, além de afetar a saúde mental.
Embora este estudo não tenha investigado as causas de morte dos parentes enlutados, ele está alinhado com pesquisas mais amplas que mostram o impacto que uma perda traumática pode ter na saúde física de uma pessoa.