Doutor Jairo
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Estou sem apetite e muito desanimada; é depressão?

Quando alguém tem depressão é importante incentivar a busca por terapia - iStock
Quando alguém tem depressão é importante incentivar a busca por terapia - iStock

“Doutor, emagreci de 50 para 43 quilos e não consigo comer direito. Fico muito ansiosa, com falta de ar e dor no peito. Faz tempo que ando desanimada, cansada, procrastino muito e qualquer coisa me desequilibra e me faz chorar. O que eu faço?”

Essa é a descrição de um quadro de sofrimento psíquico significativo. Talvez seja um caso de depressão ou de transtorno de ansiedade do tipo síndrome do pânico, por exemplo, e isso está afetando diretamente o apetite. Além disso, um dos sintomas clássicos da depressão é justamente uma perda importante da vontade de comer.

A recomendação é procurar um psiquiatra para contar todos os sentimentos e sensações vivenciadas e, dessa forma, checar e tratar a presença da depressão. Com isso, essas crises de ansiedade, os sintomas de desânimo e a falta de apetite devem melhorar. 

Quais os outros sintomas da depressão além da tristeza?

De fato, tristeza, desânimo e falta de motivação são os sintomas mais comuns de um quadro depressivo. Porém, algumas pessoas podem apresentar o que chamamos de “depressão atípica”, na qual outros sinais – que não esses mais frequentes – podem ser até mais evidentes.

  • Compras por impulso: compra tudo o que vê pela frente para tentar melhorar a autoestima ou buscar alguma forma de distração;
  • Exageros no consumo de álcool;
  • Esquecimento e dificuldade de concentração;
  • Uso de algo de maneira compulsiva, como internet ou comida;
  • Comportamentos de risco: dirigir em alta velocidade, beber e guiar ou fazer sexo sem proteção;
  • Dores crônicas, principalmente nas costas;
  • Tabagismo;
  • Falta de autocuidado;

Confira:

Qual o melhor remédio para a depressão?

Essa é uma pergunta muito difícil de ser respondida. Afinal, cada pessoa pode ter um tipo de depressão e as respostas aos antidepressivos são muito individuais – ou seja, alguns indivíduos reagem melhor a um determinado tipo que, talvez, não funcione tanto para outra pessoa. 

Além disso, os médicos prescrevem esses medicamentos de acordo com a intensidade dos sintomas, há quanto tempo a pessoa está sofrendo com a depressão, as características pessoais, as eventuais restrições de saúde e o uso de outros medicamentos.

Por isso não podemos ter um “carimbo” de melhor antidepressivo para todo mundo. Isso precisa ser decidido pelo profissional junto ao paciente através de uma análise criteriosa. 

Em muitas situações, nem mesmo o remédio é necessário. Em alguns casos de depressão, por exemplo, é usada a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Lembrando que tudo depende da intensidade, dos sintomas e do tempo de instalação do quadro depressivo.  

Milena Alvarez

Milena Alvarez

Caiçara e jornalista de saúde há quatro anos. Tem interesse por assuntos relacionados a comportamento, saúde mental, saúde da mulher e maternidade. @milenaralvarez