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Alimentos ultraprocessados podem piorar saúde mental, diz pesquisa

Alimentos ultraprocessados são itens prontos para comer ou prontos para aquecer - iStock
Alimentos ultraprocessados são itens prontos para comer ou prontos para aquecer - iStock

Redação Publicado em 26/08/2022, às 16h00

Os alimentos ultraprocessados estão cada vez mais inseridos na alimentação de milhares de pessoas ao redor do mundo. Embora sejam práticos, de baixo custo e rápidos para preparar ou prontos para comer, podem impactar negativamente a saúde mental.

Segundo uma pesquisa da Schmidt College of Medicine da Florida Atlantic University – publicada na revista Public Health Nutrition – os indivíduos que consomem quantidades maiores de alimentos ultraprocessados apresentam sintomas de saúde mental mais adversos.

O que são alimentos ultraprocessados? 

Alimentos ultraprocessados são itens prontos para comer ou prontos para aquecer, muitas vezes ricos em açúcar, sódio, além de baixos níveis de fibras, proteínas, vitaminas e minerais. Eles normalmente contêm açúcares adicionados, óleos hidrogenados e melhoradores de sabor. 

Alguns exemplos incluem petiscos e doces embalados, cereais de café da manhã açucarados, biscoitos, salgadinhos e embutidos. Quando consumidos em excesso, esses alimentos estão ligados a diversos problemas de saúde, como diabetes, obesidade e outras condições médicas graves, como certos tipos de câncer.

Mais ansiedade e depressão leve

Para o estudo, os pesquisadores exploraram uma amostra nacionalmente representativa da população dos Estados Unidos, formada por mais de 10 mil adultos com 18 anos ou mais. O objetivo era determinar se pessoas que consomem altas quantidades de alimentos ultraprocessados relatam sintomas de saúde mental significativamente mais adversos, incluindo depressão leve, ansiedade e dias mentalmente insalubres.

Os resultados mostraram que os indivíduos que ingeriram mais alimentos ultraprocessados apresentaram aumentos consideráveis nos índices dos três sintomas avaliados. Além disso, esse mesmo grupo teve menos vezes "zero dias mentalmente insalubres ou ansiosos".

Segundo os pesquisadores, mais de 70% dos alimentos embalados nos EUA são classificados como alimentos ultraprocessados e representam cerca de 60% de todas as calorias consumidas pelos estadunidenses. Com toda essa magnitude de exposição e os efeitos do consumo desses alimentos, eles acreditam que o estudo tem implicações clínicas e de saúde pública.

Confira:

Saúde mental no Brasil

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), quase um bilhão de pessoas viviam com algum transtorno mental em 2019, sendo 14% adolescentes. O Brasil, por sua vez, é o país mais ansioso do mundo e ocupa o quinto lugar no ranking da depressão. Porém, existe explicação para sermos donos dessa posição?

Segundo Jairo Bouer, os números são reflexos de questões sociais e culturais enfrentadas pela população brasileira: 

O Brasil é um país que tem uma questão social muito impactada e com um grande abismo social. É muita gente vivendo próximo à linha da miséria, sem certeza se vai trazer comida para casa, se vai conseguir manter o emprego, o salário e as condições de vida da família. Tudo isso é um peso para a questão da nossa saúde mental”, comentou. 

Além disso, temos o costume de perguntar “você está bem?” ao início de uma conversa mas, de acordo com o psiquiatra, durante muito tempo o brasileiro “inventou” uma fantasia de que todo brasileiro precisa ser sempre gentil e aberto. 

Temos assistido nos últimos anos – não é algo que aconteceu só agora, mas ficou mais evidente – uma polarização muito grande de tudo. O Brasil ainda é um país muito preconceituoso, machista e homofóbico, criando situações de exclusão, violências sociais e culturais que têm um peso importante nessa equação da saúde mental”. 

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