Redação Publicado em 11/08/2021, às 11h00
Durante esse mês de agosto, algumas celebridades comentaram sobre seus hábitos de higiene. Ashton Kutcher e Mila Kunis, por exemplo, afirmaram dar banho em seus filhos apenas quando eles estão visivelmente sujos. Já The Rock contou que costuma tomar até três banhos por dia. Mas afinal, será que existe um limite para a higiene?
Há quem diga que hoje em dia as pessoas são muito “frescas” e, como resultado, nosso sistema imunológico não está à altura de nossos ancestrais. No entanto, isso não é verdade e, de acordo com pesquisadores da UCL (University College London) e da London School of Hygiene & Tropical Medicine, a higiene pessoal ainda é vital para impedir a propagação da infecção.
“A exposição a microorganismos no início da vida é essencial para o fortalecimento dos sistemas imunológico e metabólico”, disse Graham Rook, professor de Microbiologia Médica da UCL e principal autor do artigo.
“Os organismos que povoam as nossas entranhas, pele e vias respiratórias também desempenham um papel importante na manutenção da nossa saúde até a velhice. Portanto, ao longo da vida precisamos de exposição a estes microorganismos benéficos, derivados principalmente das nossas mães, outros membros da família e do ambiente natural”, explica ele. “Mas, por mais de 20 anos, houve uma narrativa pública de que as práticas de higiene, essenciais para interromper a exposição a patógenos causadores de doenças, também estão bloqueando a exposição aos organismos benéficos.”
Os pesquisadores sugerem um motivo alternativo para o aumento das doenças alérgicas. Embora os epidemiologistas tenham encontrado uma ligação entre limpeza doméstica e alergias, a causa não é a falta de micróbios, mas a presença de fluidos de limpeza. Esses produtos de limpeza geralmente incluem compostos orgânicos voláteis, ou VOCs, que são um dos principais componentes da poluição do ar em casa. Quando as crianças respiram isso, pode haver danos no tecido pulmonar, o que por sua vez pode levar a doenças alérgicas.
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A equipe também enfatiza que as vacinas são um componente importante no desenvolvimento do sistema imunológico das crianças.
“Então, limpar a casa é bom, e a limpeza pessoal é boa, mas, como explicado em alguns detalhes na pesquisa, para prevenir a propagação da infecção, ela precisa ser direcionada às mãos e superfícies mais frequentemente envolvidas na transmissão da infecção”, disse Rook. “Ao direcionar nossas práticas de limpeza, também limitamos a exposição direta de crianças a agentes de limpeza”.
“A exposição a membros da família, o ambiente natural e as vacinas podem fornecer todos os insumos microbianos de que precisamos. Essas exposições não estão em conflito com a higiene ou limpeza inteligente”, finaliza ele.
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