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Fetiches: quais os mais comuns e quando podem ser um problema

Entre os objetos preferidos dos fetichistas estão meias, saias e calçados; roupas íntimas ficam logo atrás - iStock
Entre os objetos preferidos dos fetichistas estão meias, saias e calçados; roupas íntimas ficam logo atrás - iStock

Redação Publicado em 11/06/2022, às 16h00

Você possa gostar de ver seu parceiro de salto alto durante o sexo, e isso não significa necessariamente que você tenha um fetiche por sapatos. Ter um fetiche é sentir excitação sexual em resposta a um objeto ou parte do corpo que normalmente não é sexual, como sapatos ou pés. E eles costumam ser mais comuns em homens, segundo pesquisas. 

Muitas pessoas com fetiches desejam ter o objeto de atração nas mãos ou fantasiam sobre isso, sozinhas ou com parceiros, para se excitar, obter uma ereção, ou ter um orgasmo. Alguém com um fetiche pode se masturbar enquanto segura, cheira, esfrega ou leva o objeto à boca. Ou pode pedir ao parceiro para usar o adereço durante o sexo.

Confira:

Fetiches mais comuns

As pessoas podem “fetichizar” quase tudo. Existem muitos sites sobre diferentes interesses e qualquer coisa que você possa imaginar pode se tornar um fetiche, segundo Richard Krueger, professor associado de psiquiatria na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos. De acordo com um estudo, os fetiches mais comuns envolvem partes do corpo, como pés, ou características físicas, como obesidade, piercings ou tatuagens. Os pés são de longe os mais comuns. Fluido corporal, tamanho do corpo e cabelo não ficam muito atrás.

Depois das partes do corpo vêm as coisas que vestimos – roupas e acessórios. O mesmo estudo colocou roupas usadas nos quadris e nas pernas, como meias e saias, no topo da lista. Calçados, depois roupas íntimas, ficaram logo atrás. Fetiches que envolvem a sensação gerada por um determinado material usado, geralmente couro ou borracha, também são comuns. Algumas pessoas ainda gostam de se vestir, e também o parceiro, com fantasias de animais peludos.

De onde vêm os fetiches?

Especialistas em comportamento sexual não são unânimes ao explicas as possíveis origens dos fetiches. Algumas pessoas podem rastrear sua atração desde a primeira infância, antes mesmo de ter consciência de sua sexualidade. Um fetiche também pode surgir ao se observar um comportamento sexual durante a infância, ou mesmo uma situação de abuso sexual.

Os fetiches são bons?

Um fetiche sexual não é um problema por definição, mas pode atingir esse nível se causar sofrimento intenso e duradouro.

“Se alguém está fazendo isso sozinho ou com um parceiro, se está feliz com isso, não é um problema”, disse Krueger ao WebMD. “Desde que cause prazer e ninguém seja forçado a participar”, completou.

Outro especialista, Kenneth Rosenberg, professor de psiquiatria na Faculdade de Medicina Weill Cornell, em Nova York, dá uma ideia do que é ter um transtorno relacionado ao fetiche:

Meus pacientes vêm a mim porque sentem que é um problema. Seus comportamentos não são interessantes, divertidos ou mesmo sensuais. Eles não estão simplesmente experimentando novos meios de expressão sexual. Eles estão desesperados, compulsivos e, às vezes, tão angustiados por seus comportamentos que o suicídio é uma consideração.”

Quando o fetiche é um distúrbio, parece fora de controle. Alguém pode desaparecer do trabalho ou de casa para praticar seu fetiche em segredo. Esse fascínio também poderia impedi-los de levar a vida de forma normal. Krueger diz que um médico pode ter um fetiche por pés, por exemplo, e gastar muito tempo e atenção com os pés de seus pacientes. Pessoas com esses distúrbios também podem roubar para obter o objeto de desejo. Muitas vezes, elas não podem ter relacionamentos sexuais significativos com outras pessoas. E podem preferir ter um tempo sozinhos com seu objeto, mesmo quando estão em um relacionamento com outra pessoa.

Se seu parceiro disser: 'Use um par de sapatos sexy esta noite', você provavelmente diria 'Por que não?', Mas se a pessoa falar: 'Você pode dormir no outro quarto, apenas me deixe seus sapatos', isso talvez seja um problema, cita Rosenberg. O tratamento padrão inclui medicação e terapia com um psiquiatra ou psicólogo.

Ainda assim, muitos fetiches podem ser inofensivos. Um estudo recente descobriu que quase 1.800 homens e 140 mulheres relataram ter o fetiche de usar fraldas e se comportar como um bebê (ou pedir para o parceiro fazer isso). A maioria disse que se sentia “confortável” com seu fetiche e que isso não era um problema.

O mesmo pode ser dito de pessoas que gostam de bondage, disciplina ou dominação, sadismo e masoquismo, comumente conhecido como “BDSM”, diz Rosenberg. Contanto que todos concordem, as chances são de que “ninguém se machuque de maneira extrema ou permanente, e todos estão felizes com o que está acontecendo”, finaliza o professor.

8 tipos de fetiches mais comuns

Há muitos tipos de fetiches no mundo de hoje. Alguns são mais comuns e outros podem ser bem estranhos. Seja como for, alguns exemplos dos mais conhecidos e pesquisados pelas pessoas são:

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Podolatria é um dos fetiches preferidos  e se tornou um grande mercado, com pessoas pagando por fotos   - iStock

1-Fetiche por pés

Esse fetiche, também chamado de podolatria, surge quando a pessoa sente prazer sexual ao entrar em contato com os pés ou até ao ver fotos dos pés de outras pessoas. Aliás, o fetiche por pés se tornou um grande mercado, com pessoas pagando valores altos por fotos de pés.

2-Voyeurismo

O voyeurismo se dá quando a pessoa sente prazer em assistir outras tendo relações sexuais, sem participar da relação sexual ativamente.

3-BDSM

A sigla significa “bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo”. Sendo assim, como você pode imaginar, as relações que ocorrem a partir do BDSM são aquelas que há prazer ao sentir dor e/ou ser dominado.  No entanto, essa prática requer que as pessoas envolvidas tenham muita confiança nos parceiros. Todos devem estar bastante cientes de como tudo vai ocorrer. Aliás, durante essa prática, existe um ritual chamado de “palavra de segurança“, onde as pessoas definem, antes de tudo, uma palavra ou frase que vai significar quando o parceiro estiver passando dos limites e deve parar. O objetivo é avisar aos outros sobre o limite de cada um para que o prazer não se transforme em sofrimento.

4-Fetiche por fantasias

Esse fetiche envolve sentir prazer em fazer sexo com alguém de fantasia ou algum tipo de uniforme, como enfermeiras, policiais, etc. Além disso, é um dos fetiches mais comuns e que aparece bastante nas relações entre casais. No senso comum, é uma das primeiras ideias que se dá a um casal com casamento longo e quer “apimentar” a relação

5-Exibicionismo

É a pessoa que gosta de se exibir para as outras pessoas durante o ato sexual, masturbação ou apenas quando está nu, e ocorre bastante pela internet. Aliás, existem alguns sites e aplicativos muito populares que são voltados para isso. Nesse sentido, há pessoas que procuram fazer atos sexuais em locais públicos ou onde podem ser descobertos de modo fácil, por conta da sensação de adrenalina que isso causa.

6-Encenação sexual

Também chamado de role play em inglês, é um momento em que as pessoas encenam papéis com o objetivo de excitar a si e a(o) parceira(o). Dessa forma, esse fetiche pode ocorrer quando as pessoas estão juntas de modo presencial ou também online. Os exemplos mais comuns são as relações de professor/aluno e médico/paciente.

7-Quirofilia

São aquelas pessoas que sentem atração por mãos. Então, a excitação pode ocorrer pelo toque ou pela visão de mãos bem cuidadas.

8-Cuckolding

Basicamente, cuckolding é uma atividade sexual na qual o homem fica excitado com a parceira fazendo sexo com outra pessoa. Trata-se de um fetiche que acaba sendo único para cada casal que o pratica. Do ponto de vista psicológico, o cuckolding geralmente enfatiza a degradação ou humilhação do parceiro que está sendo “traído”. A humilhação desempenha um papel central na dinâmica do jogo de poder da situação, e é esse aspecto que torna esse fetiche específico um pouco mais tabu do que outros.

Fontes: WebMD / Eurekka

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