Redação Publicado em 05/06/2025, às 10h00
Um estudo sugere que o consumo regular de uma xícara de leguminosas como feijão ou grão-de-bico por dia traz benefícios mensuráveis para a saúde cardíaca e metabólica.
Os resultados foram apresentados no Nutrition 2025, o principal encontro anual da Sociedade Americana de Nutrição.
Os pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Illinois destacaram que manter esses grãos na rotina alimentar pode ser uma maneira simples e econômica de reduzir o risco de doenças crônicas.
Assim, se você não vive sem feijão no prato, como um bom brasileiro, é bom manter esse hábito e ainda incorporar outros alimentos do mesmo grupo, como o grão-de-bico.
O estudo durou 12 semanas e contou com 72 pessoas com pré-diabetes, ou seja, níveis de açúcar no sangue altos, mas ainda não o bastante para configurar diabetes.
Ao revisar os exames de sangue dos participantes após seis semanas e no fim dos três meses, o consumo de feijão preto foi associado à redução da inflamação, enquanto a ingestão de grão-de-bico foi ligada a uma melhora nos níveis de colesterol. Já os níveis de glicose permaneceram inalterados.
"Indivíduos com pré-diabetes frequentemente apresentam metabolismo de lipídios prejudicado e inflamação crônica de baixo grau, ambos os quais podem contribuir para o desenvolvimento de condições como doenças cardíacas e diabetes tipo 2", disse Morganne Smith, doutoranda no Instituto de Tecnologia de Illinois.
Feijão preto e grão-de-bico são alimentos bastante consumidos, mas muitas vezes ignorados em estudos detalhados sobre seu impacto no colesterol e na inflamação entre pessoas com fatores de risco.
O novo estudo faz parte de um projeto maior que explora como o consumo de feijão preto e grão-de-bico afeta a inflamação e a resposta à insulina por meio da atividade do microbioma intestinal.
"Nosso estudo mostrou os benefícios do consumo de feijão em adultos com pré-diabetes, mas eles são uma ótima opção para todos", recomendou Smith.
Para o grupo que consumiu grão-de-bico, o colesterol total diminuiu significativamente de uma média de 200,4 miligramas por decilitro no início do estudo para 185,8 miligramas por decilitro após 12 semanas.
Para aqueles que consumiram feijão preto, o nível médio da citocina pró-inflamatória interleucina-6 — um marcador de inflamação — era de 2,57 picogramas por mililitro no início do estudo e diminuiu significativamente para 1,88 picogramas por mililitro após 12 semanas.
Além de sugerir o consumo das leguminosas junto com arroz (como faz o brasileiro) e a quinoa, Smith sugeriu usá-las também em saladas ou sopas.
Para a próxima fase deste projeto, os pesquisadores planejam examinar como o consumo de feijão preto e grão-de-bico influencia a saúde intestinal para entender melhor a conexão entre o microbioma intestinal e a saúde metabólica.