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Descubra qual o seu padrão de sono e se ele traz riscos à saúde

Pesquisadores descobriram que existem quatro padrões principais de sono - iStock
Pesquisadores descobriram que existem quatro padrões principais de sono - iStock

Todo mundo sabe que dormir bem todas as noites é importante para a saúde. Estudos têm mostrado que a falta de sono pode aumentar o risco de várias condições, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, obesidade, depressão, doença de Alzheimer e câncer.

Apesar do sono ser uma necessidade para todos, nem todo mundo dorme da mesma forma. Na verdade, pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos EUA, concluíram que existem quatro padrões principais de sono, e essas características podem ajudar a prever a saúde a longo prazo de uma pessoa. Os dados foram publicados no periódico Psychosomatic Medicine, e divulgados no Medical News Today.

Por que estudar padrões de sono

Segundo a professora Soomi Lee, autora principal deste estudo, ter uma melhor compreensão de como o sono afeta nossa saúde geral é primordial porque nos permite direcioná-lo como um fator modificável para futuras estratégias de prevenção e intervenções. 

"Pesquisas, incluindo nossos próprios achados, consistentemente ligam o sono ruim a uma variedade de resultados adversos para a saúde, que vão desde riscos aumentados de depressão, dor crônica, doenças cardiovasculares, até declínio cognitivo", disse a pesquisadora ao Medical News Today. "O sono, um comportamento diário fundamental, tem um potencial significativo – se melhorarmos nossos padrões de sono diariamente, o efeito cumulativo em nossa saúde não pode ser subestimado."

Um estudo publicado em maio de 2017 descobriu que as interrupções do sono têm grandes consequências indesejáveis para a saúde a curto e longo prazo. Pesquisas apresentadas em 2023 revelaram que adultos que adotam oito hábitos saudáveis - sendo um deles uma boa higiene do sono - até os 40 anos podem viver em média 23 a 24 anos a mais do que aqueles que não o fazem.

Quatro principais padrões de sono

Para o estudo atual, Lee e sua equipe usaram dados coletados de cerca de 3.700 participantes do estudo Midlife nos Estados Unidos (Midus). Os pesquisadores tiveram acesso aos hábitos de sono e detalhes de saúde crônicos de cada participante em dois momentos diferentes, com 10 anos de intervalo. Através desses dados, os cientistas foram capazes de identificar quatro padrões de sono diferentes:

- Bons dormidores, que têm os melhores hábitos de sono em todos os pontos de dados.

- Cochiladores, que são principalmente bons dormidores, mas tiram cochilos diurnos com frequência.

- Dormidores de fim de semana, que têm sono irregular nos dias úteis e dormem mais nos fins de semana e feriados.

- Dormidores com insônia, que têm problemas de sono, como demorar muito para dormir, durações de sono curtas e aumento do cansaço durante o dia.

Quais os padrões de sono mais comuns?

Os pesquisadores relataram que mais da metade dos participantes do estudo se encaixavam nos grupos de dormidores com insônia ou cochiladores.

Através dos resultados do estudo, os cientistas descobriram que aqueles classificados como dormidores com insônia tinham uma probabilidade significativamente maior de desenvolver condições de saúde crônicas, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes e depressão, ao longo dos 10 anos.

A recomendação é que indivíduos com essas características consultem um profissional de saúde para uma avaliação e tratamento apropriados.

Insônia aumenta risco de doenças

Os resultados também revelaram que ser um dormidor com insônia em qualquer ponto ao longo do período de 10 anos aumentou significativamente a probabilidade de desenvolver múltiplas condições de saúde crônicas, com um aumento de até 81% observado.

Os dormidores com insônia ainda exibiram uma probabilidade reduzida de transição para outros padrões de sono ao longo da década, sugerindo um desafio persistente em retornar ao nível ideal de sono. 

Por último, o estudo identificou associações entre o padrão com insônia e fatores socioeconômicos, como níveis de educação mais baixos e desemprego.

Tatiana Pronin

Tatiana Pronin

Jornalista e editora do site Doutor Jairo, cobre ciência e saúde há mais de 20 anos, com forte interesse em saúde mental e ciências do comportamento. Vive em NY e é membro da Association of Health Care Journalists. Twitter: @tatianapronin