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Alopecia: entenda a doença de Jada Smith

Ao contrário dos homens, que apresentam calvície localizada, na mulher a queda é mais difusa - Reprodução / Instagram
Ao contrário dos homens, que apresentam calvície localizada, na mulher a queda é mais difusa - Reprodução / Instagram

Redação Publicado em 28/03/2022, às 15h00

Todo ano, a cerimônia do Oscar rende muita repercussão nas redes sociais. Mas, desta vez, o prêmio parece ter ficado como "coadjuvante" da noite. O motivo: Will Smith deu um tapa na cara de Chris Rock após o comediante ter feito uma piada sobre o cabelo de sua esposa, Jada Pinkett Smith.

Rock fez uma comparação com a personagem de Demi Moore em “Até o limite da honra”, que tem a cabeça raspada, assim como Jada. Entretanto, a atriz e apresentadora do programa "Red Table Talk" sofre com uma condição chamada alopecia, que provoca a queda capilar. 

Jada começou a falar abertamente sobre a doença em 2018 e, na ocasião, até compartilhou uma situação que ocorreu durante um banho:

Foi aterrorizante quando começou. Eu estava no chuveiro um dia e tinha apenas um punhado de cabelo em minhas mãos e eu estava tipo, 'Oh meu Deus, eu estou ficando careca?'''.

Segundo a apresentadora, ela até tentou esconder a condição através de turbantes, mas decidiu revelar ao público: “O 'poder superior' tira tanto das pessoas. As pessoas têm câncer, com filhos doentes. Eu assisto todos os dias o 'poder superior' tomar as coisas todos os dias", disse no programa. "Se o 'poder superior' quer tirar seu cabelo. É cabelo? Quando eu olhei dessa perspectiva, me acalmou”, comentou. 

O que é alopecia?

Alopecia (pronuncia-se "alopécia") é o termo médico para designar calvície, ou queda de cabelo. Existem diferentes causas para o problema, como questões hereditárias, hormonais, ambientais ou autoimunes. Neste último caso, por exemplo, a condição é chamada alopecia areata e decorre de um processo em que o sistema imunológico da pessoa ataca estruturas do próprio corpo.

Na maioria dos casos, essa perda de fios é localizada, embora existam casos raros de alopecia areata total. Os episódios de queda podem ser deflagrados ou agravados por períodos de estresse psicológico, traumas ou estresse psicológico, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). 

Já a alopecia androgenética é a principal causa de queda de cabelos em mulheres adultas no mundo inteiro, causando enorme impacto emocional e afetando grandemente a qualidade de vida dessas mulheres. Apesar de sua alta frequência, sua causa ainda não é totalmente conhecida pela medicina, mas sabe-se que fatores hormonais, genéticos e ambientais atuam como as principais causas para seu surgimento.

O termo "alopecia androgenética" foi assim designado devido à ação de hormônios masculinizantes, produzidos pela mulher, que afetam diretamente a queda e a miniaturização dos folículos pilosos. Entretanto, ao contrário dos homens, que apresentam calvície localizada em graus variados, na mulher a queda dos fios se dá de forma mais difusa.

Confira:

Quais são os fatores de risco?

Mulheres com ovários policísticos e hiperplasia adrenal congênita têm maior chance de apresentar algum grau de alopecia androgenética associada à acne e ao hirsutismo (aumento de pelos em outras áreas). Outras alterações devem ser investigadas, como alterações da tireoide e anemia.

Já no caso da alopecia areata, o processo inflamatório que leva à perda de fios pode ser deflagrada por estresse físico ou mental, e, algumas vezes, acompanhar outras doenças autoimunes, como vitiligo e lúpus. 

O estresse oxidativo é outra causa importante para a queda de cabelos. Entende-se por estresse oxidativo a maior produção de radicais livres pelas células do folículo piloso, levando ao dano do próprio folículo e consequente queda dos fios. Isso pode ocorrer por diversos fatores. Podemos destacar:

  • Poluição;
  • Tabagismo;
  • Alcoolismo;
  • Uso de produtos químicos para tratamento e embelezemento capilar, como alisamentos e tinturas;
  • Radiação ultravioleta;
  • Exagero nas dietas para emagrecimento;
  • Distúrbios psicológicos;
  • Exageros nas atividades físicas, o chamado overtraining.

Como é feito o tratamento?

Há vários tratamentos disponíveis, como tópico, sistêmico e intralesional (infiltração). No entanto, o processo é longo e visa controlar a doença, reduzir as falhas e evitar que novas surjam. É muito importante buscar a ajuda de um dermatologista para um acompanhamento adequado.

Texto atualizado às 17:05

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