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Estudo liga síndrome do ovário policístico a transtornos mentais

Imagem Estudo liga síndrome do ovário policístico a transtornos mentais

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h53 - Atualizado às 23h53

Crédito: Fotolia

Mulheres com síndrome do ovário policístico (SOP) podem ter uma propensão maior a ter transtornos mentais, como a depressão, e os filhos delas podem ter uma probabilidade mais alta de desenvolver transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e transtorno do espectro autista. As conclusões são de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Cardiff, no Reino Unido, e publicadas no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, da Sociedade de Endocrinologia.

O trabalho contou com dados de 11 milhões de pacientes de 674 centros de atenção básica daquele país. Cerca de 17.000 mulheres diagnosticadas com ovários policísticos tiveram seu histórico de saúde mental analisado, bem como os filhos de uma parcela dessas pacientes.

A síndrome afeta de 7 a 10% das mulheres em idade reprodutiva, e está entre as principais causas de infertilidade para as mais jovens. Os principais sintomas são irregularidade menstrual, aumento na quantidade de pelos no corpo e no rosto, sobrepeso e acne, que podem, sem dúvida, interferir no bem-estar. Alguns estudos também indicam que essas pacientes também podem ter risco aumentado de diabetes.

Os transtornos mentais encontrados com maior frequência entre as mulheres diagnosticadas com SOP foram depressão, ansiedade, transtorno bipolar e transtornos alimentares, como bulimia e anorexia. Os autores do trabalho, coordenados por Aled Rees,  acreditam que o diagnóstico e tratamento precoce da síndrome poderia reduzir o risco.

Apesar de ser um trabalho com número grande de participantes, os pesquisadores afirmam que são necessários mais pesquisas para confirmar os resultados, e entender melhor como a síndrome pode interferir na saúde mental das mulheres e no neurodesenvolvimento dos filhos delas.

O tratamento da síndrome do ovário policístico pode incluir o uso da pílula anticoncepcional, além de outros remédios e tratamentos dermatológicos. Dieta e atividade física também são muito importantes para essas mulheres.