
Redação Publicado em 02/12/2025, às 10h00
As ISTs ou infecções sexualmente transmissíveis são condições causadas por vírus, bactérias ou outros micro-organismos e transmitidas, especialmente, através do contato sexual com outra pessoa infectada sem o uso de preservativo.
Entre as ISTs mais conhecidas estão: sífilis, gonorreia, candidíase, tricomoníase, HPV (Papilomavírus Humano) e o HIV (vírus da imunodeficiência humana). Diante desse contexto, conheça alguns mitos e verdades sobre essas infecções:
Mito. Muitas pessoas não consideram o sexo oral como “fazer sexo” e podem ficar despreocupadas em usar proteção durante essa prática. Porém, várias ISTs têm potencial para serem transmitidas através do sexo oral, incluindo: gonorreia, clamídia, sífilis, herpes e HPV.
Assim, o sexo oral não é uma atividade totalmente livre de riscos e, por isso, é importante comunicar sobre o seu estado de saúde e utilizar os tipos de proteção disponíveis (preservativo feminino ou masculino) na hora da prática.
Mito. Infelizmente, muita gente acredita nisso. Uma pessoa com alguma infecção sexualmente transmissível pode perfeitamente parecer saudável e não manifestar sintomas. Porém, isso não significa que ela não possa transmitir a condição. Embora o risco de transmissão seja geralmente maior quando os sintomas estão presentes, muitas ISTs ainda podem ser disseminadas na ausência de sinais - e é por isso que uma aparência saudável não substitui a comunicação, a proteção e os testes.
Mito. Só porque uma pessoa teve uma infecção sexualmente transmissível uma vez não significa que ela está livre de tê-la novamente. Ter se curado de uma condição, como gonorreia, clamídia ou sífilis, por exemplo, não traz imunidade – na verdade, muitas pessoas contraem a mesma infecção várias vezes e, até mesmo, da mesma pessoa.
Se uma pessoa foi tratada para uma IST, mas a sua parceria sexual não, é possível transmiti-la de volta. Por isso é tão importante testar e, em caso de um diagnóstico positivo, tratar a infecção. Vale lembrar ainda que as ISTs virais, que são incuráveis, podem ter múltiplas cepas, ou seja, diferentes tipos de vírus, como é o caso da herpes ou do HPV.
Mito. Embora os preservativos sejam uma das melhores ferramentas para proteger contra ISTs, usá-los consistentemente não garante o fim dos riscos . Herpes e HPV, às vezes, estão presentes no corpo em lugares que não são cobertos por preservativos, o que significa que ainda podem ser transmitidos durante o sexo protegido.
As pessoas também cometem muitos erros na hora de usar o preservativo, que acabam minando seus benefícios de proteção, como esperar até depois de começar a fazer sexo para colocar preservativo e tirar o preservativo antes de terminarem a relação. Muitas, ainda, colocam os preservativos incorretamente e não inspecionam a embalagem e a data de validade, aumentando a probabilidade de falha do preservativo e de transmissão de doenças.
Verdade. A PEP (profilaxia pós-exposição) é como se fosse uma pílula do dia seguinte, só que, em vez de proteger contra uma gravidez indesejada, protege contra a infecção pelo HIV. Uma pessoa que se expôs ao vírus, seja através de relação sexual desprotegida ou até acidente ocupacional contendo sangue, pode procurar o serviço especializado e solicitar os medicamentos que compõem o esquema da PEP. Porém, é importante frisar: você tem até 72 horas após a exposição para iniciar o tratamento pós-exposição e os medicamentos devem ser tomados durante 28 dias.
Vale lembrar que outras ISTs também podem ser evitadas com o uso de medicamento logo após a exposição. Aliás, a DoxiPEP, estratégia que consiste no uso do antibiótico doxiciclina como profilaxia pós-exposição (PEP) tem se mostrado eficaz para a prevenção de novas infecções por clamídia e sífilis e, com menor impacto, por gonorreia. O uso da DoxiPEP pelo SUS (Sistema Único de Saúde) ainda está em estudo, com uso experimental em alguns centros.
Verdade. Uma pessoa com sorologia (exame do soro sanguíneo) positiva para o HIV e que faz o tratamento antirretroviral (Tarv) corretamente, será indetectável (carga viral em níveis muito baixos) em questão de tempo. Ou seja, ela diminui tanto a quantidade de vírus circulante em seu organismo que fica muito difícil encontrar o HIV no sangue e, consequentemente, o risco de transmissião é praticamente nulo.
É importante pontuar que, mesmo seguindo o tratamento à risca, o ideal é manter o uso de camisinha, que protege contra as demais infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Portanto, mesmo com a redução a quase zero na quantidade de vírus no corpo, é fundamental manter as medidas de prevenção.
O fato de as ISTs existirem não é uma razão para evitar ou ter medo da atividade sexual, mas sim para seguir os cuidados indicados. Atualmente, temos ferramentas eficazes disponíveis para evitá-las. Além disso, muitas são curáveis, como sífilis, gonorreia, clamídia, sem contar com as diversas (e eficazes) ferramentas para gerenciar as incuráveis.