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Estou com um corrimento amarelado e com mau cheiro; é normal?

A lubrificação vaginal deve ser incolor, sem cheiro e não provocar nenhum desconforto - iStock
A lubrificação vaginal deve ser incolor, sem cheiro e não provocar nenhum desconforto - iStock

Redação Publicado em 12/08/2022, às 18h00

“Doutor, tive a minha primeira relação sexual e depois de um dia, mais ou menos, comecei a ter um corrimento com mau cheiro e meio amarelinho. Sabe me dizer se isso é normal?”

Não, isso não é normal. Apresentar um corrimento amarelado e com cheiro desagradável sinaliza a presença de algum tipo de infecção. Se a relação sexual foi feita sem proteção, pode ser até uma infecção sexualmente transmissível (IST). 

Provavelmente é alguma bactéria que já se proliferou e está produzindo esse corrimento, por isso é essencial procurar a avaliação de um ginecologista. Mesmo com o uso da camisinha na hora do sexo, eventualmente, pode acontecer um desequilibrio da flora bacteriana da vagina depois da transa, provocando também uma infecção com corrimento. 

@jairobouer “Amarelado e com mau cheiro” 😱 #jairoresponde#duvida#dicas#jairobouer#curiosidade#saude♬ FEEL THE GROOVE - Queens Road, Fabian Graetz

Quando a lubrificação vira corrimento?

Toda mulher tem lubrificação vaginal diariamente e isso pode variar de mulher para mulher, de dia para dia e também depender das diversas fases do ciclo menstrual – no período fértil, por exemplo, ela aparece em maiores quantidades.  

Normalmente, a lubrificação apresenta um aspecto parecido com clara de ovo e uma aparência límpida, transparente, incolor, sem cheiro e que não provoca nenhum desconforto ou coceira. Esse tipo de secreção é natural e faz parte do funcionamento normal do corpo feminino.

Entretanto, em algumas fases da vida da mulher, essa lubrificação vaginal natural pode, eventualmente, passar a apresentar algumas alterações que acabam caracterizando o que chamamos de corrimento. São elas: 

  • Mudanças na cor (a secreção fica esbranquiçada, amarelada, acinzentada ou marrom);
  • Mudanças no aspecto (fica mais líquida, consistente ou com aspecto de coalhada);
  • Mudança na quantidade (é preciso trocar a calcinha o tempo todo ou usar protetor);
  • Mudanças no cheiro (o odor fica forte ou ruim);
  •  Se acompanha coceira, ardência ou algum outro tipo de desconforto.

Tudo isso sinaliza que algo pode não estar funcionando como deveria. Nesses casos, o ideal é buscar ajuda ginecológica

Confira:

Todo corrimento é uma IST? 

Não, nem todo corrimento é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST). Muitas vezes, tanto os homens como as mulheres têm micro-organismos que vivem dentro do corpo e que, em algum momento da vida, podem ganhar força, vencer a resposta imunológica do corpo e, consequentemente, causar uma infecção. 

Assim, grande parte desses corrimentos é provocada por organismos que já vivem dentro de nós. Inclusive, os seres humanos convivem com mais micro-organismos do que células, ou seja, abriga um verdadeiro ecossistema. 

Independente de ser ou não uma IST, é preciso tratar o problema com orientação de um médico, que vai receitar o remédio mais adequado. Além disso, é importante que o parceiro ou parceira também receba o mesmo tratamento e que o casal se proteja ainda mais na hora do sexo durante esse período.

Como evitar?

Conheça algumas dicas simples que podem ajudar a evitar o corrimento

  1. Evite ficar com o biquíni molhado por muito tempo. Troque a peça úmida por uma seca sempre que possível ao longo do dia;
  2. Fique de olho em tecidos sintéticos. Eles costumam deixar a região íntima mais abafada, então o uso deles por períodos prolongados pode aumentar o risco de proliferação de fungos e bactérias;
  3. Aposte em roupas leves e ventiladas. Saias, vestidos e calcinhas de algodão são melhores para não deixar a vulva úmida;
  4. Cuide bem da sua higiene íntima, especialmente após ir ao banheiro ou fazer sexo. O uso do papel higiênico nem sempre é eficiente, prefira a ducha higiênica ou lenços umedecidos;
  5. Durante o período menstrual, redobre a atenção com o absorvente e faça a troca dele com maior frequência, por conta do suor;
  6. Lave a calcinha com sabão neutro e coloque-a para secar no sol. Evite deixar a roupa íntima secando no banheiro para que não haja proliferação de bactérias;
  7. Evite compartilhar peças íntimas e até mesmo toalhas e sabonetes;
  8. Cuide da sua imunidade: a quebra da rotina, com uma alimentação ruim e consumo de bebidas alcoólicas pode deixar o organismo mais vulnerável, facilitando a proliferação de fungos e bactérias;
  9. Cuidado com a piscina: verifique se a água é tratada adequadamente e com frequência;
  10. Não sente direto na areia: coloque sempre uma canga para se proteger ou prefira as cadeiras. A areia pode causar alergias e até mesmo facilitar o aparecimento de doenças em algumas mulheres.

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