Como você usa seu tempo? Uma pesquisa realizada por Steven Barlett intitulada “American Time Use Survey” analisou o comportamento e alguns hábitos dos americanos relativos a como eles dedicam tempo em determinadas áreas/aspectos da vida cotidiana. Os resultados foram expostos através de gráficos os quais estão expostos abaixo. Os dados, além de interessantes – e assustadores –, podem se encaixar demais na vida de muitas pessoas e é por isso que, através deles, conseguimos refletir sobre algumas coisas da vida no dia a dia.
Até os 20 anos você passará muito tempo com muitos amigos. Depois dos 30 você passará pouco tempo com apenas alguns amigos importantes. É aquele velho ditado – “quantidade não é qualidade”. Por isso, conforme vamos envelhecendo e desaceleramos o ritmo de happy hours e coisas do gênero, é natural que novos ciclos de amizade sejam formados e, muitas vezes, são grupos pequenos formados por pessoas que estão no mesmo momento de vida que você compartilhando as dores e delícias de se tornar adulto no século XXI.
Depois dos 20 anos você vai passar pouco tempo com sua família e com seus pais antes do fim da vida deles ou da sua. Isso assusta um pouco! Mas reflita se, de fato, não é isso o que acontece mesmo. Acordamos cedo para trabalhar, saímos de casa para estudar, passamos horas do dia no trânsito e por aí vai.
No final das contas, o tempo dedicado àqueles que amamos é pouco, porém, precisa ser de qualidade! Valorizar o tempo investindo em carinho, atenção e afeto transformam minutos em horas. Já disse que ama aquele seu ente querido hoje?
Entre seus 20 e 60 anos de idade, você passará uma grande parte do seu tempo com seus colegas de trabalho. Ou seja: seja agradável e forme uma boa equipe de trabalho! Não entre em competição com seus pares e se esforce para que o ambiente de trabalho seja harmonioso. Colega não precisa ser amigo, mas pode se tornar!
Se você tiver filhos, passará a maior parte do tempo com eles entre seus 25 anos a 50 anos, depois disso não os verá com tanta frequência. Em uma vida atribulada e corrida, é cada vez mais escasso poder brincar de carrinho e boneca com os filhos. Na adolescência, buscá-los na balada não é socialmente aceitável (por eles). Mas na vida adulta, a tendência é de reaproximação do ninho (pais e filhos) e o tempo de qualidade aqui se encaixa nos momentos felizes em família.
O tempo que você passa com seu parceiro – ou parceira – aumenta a partir do dia em que vocês se conhecem até o fim da vida de um de vocês. Então, escolha direito quem irá dividir a cama contigo! Estar ao lado de uma pessoa que nos faça bem e crescer ao lado dela é um privilégio. As mudanças físicas, o comportamento, a melhora de hábitos são interessantes de serem assistidas ao lado daquele que escolhemos amar.
A partir dos 30 anos de idade a quantidade de tempo que você passa sozinho aumenta até o dia da sua morte. Ok, terapia é algo a ser considerado... Ame-se! Às vezes é muito difícil praticar o autoamor porque nos cobramos demais, vemos muito defeitos em nós mesmos (aliás, a gente convive 24 horas por dia), mas muitas vezes esquecemos de fazer um carinho e de ser leve. Talvez entre todos os pontos expostos aqui, o tempo sozinho é o mais crucial e desafiador de lidar. Estar bem consigo reflete nas relações com os demais ao nosso redor seja na família, em uma roda de amigos ou no ambiente de trabalho. É necessário autopercepção e boas doses de paciência consigo para poder conviver durante tantos anos você e você mesmo. Vai com calma que dá certo. Take it easy!
Anderson José
Estudante de medicina na Ufac (Universidade Federal do Acre), autor do podcast Farofa Médica e da página de Instagram @oiandersao
