Doutor Jairo
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Passo horas lavando as mãos; será que estou exagerando?

Seguidor conta que tem medo de contaminar outras pessoas, por isso passa horas lavando as mãos - iStock
Seguidor conta que tem medo de contaminar outras pessoas, por isso passa horas lavando as mãos - iStock

Redação Publicado em 05/03/2023, às 10h00

Doutor, tenho TOC (transtorno obsessivo compulsivo), faço terapia, enfrento problemas com a lavagem das mãos. Morro de medo de ter sujeira e contaminar todo mundo. Fico horas me lavando. Você acha que estou exagerando na forma como eu me lavo? Preciso fazer mais alguma coisa, além de terapia? 

Pelo que você conta, só a terapia parece não estar dando conta do recado. Você insiste em perguntar se você está exagerando na lavagem das mãos e, certamente, você está. Se a gente passa horas lavando as mãos e, mesmo assim, continua preocupado em contaminar outras pessoas, é sinal de que esses seus pensamentos obsessivos continuam aí. E para aliviar essas obsessões, que causam desconforto e ansiedade, você acaba lavando as mãos compulsivamente.

Se a terapia não está resolvendo, seria importante você procurar um psiquiatra e pensar no uso de medicamentos, nem que seja por um tempo limitado, para acelerar seu processo de melhora.

Quando migrar do psicólogo para o psiquiatra?

O critério para a busca de um psiquiatra é quando a pessoa tem algum sofrimento psíquico que está dificultando a sua vida ou o seu processo de psicoterapia. Por exemplo, está trabalhando questões de autoestima com seu psicólogo e percebe que, ainda assim, está se sentindo muito ansiosa ou muito deprimida, pode ser um bom momento para conversar com o psicólogo e discutir um encaminhamento para o psiquiatra.

Porém, pode acontecer de a pessoa ir primeiro ao psiquiatra, começar a tomar algum medicamento, sentir a melhora dos sofrimentos psíquicos mais agudos e, então, o psiquiatra perceber que existem outras questões que precisam ser trabalhadas. Assim, acontece o processo inverso, e o psiquiatra encaminha o paciente para a psicoterapia.

O importante é ter em mente que esta é uma via de mão dupla e o melhor termômetro é como você está se sentindo e vivendo, para então ter uma conversa com seu psicólogo sobre a necessidade da avaliação psiquiátrica.