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Saúde mental de crianças e jovens: 6 dicas de como ajudar

A pandemia impediu que jovens vivessem importantes marcos por conta do isolamento social - iStock
A pandemia impediu que jovens vivessem importantes marcos por conta do isolamento social - iStock

Mais ansiedade, agressividade e tristeza. Estudos já mostraram que, com a pandemia e a imposição do isolamento social, houve um aumento dessas questões em crianças e adolescentes. 

Uma pesquisa de 2021 publicada na revista JAMA Pediatrics , por exemplo, revelou que os sintomas de depressão e de ansiedade em crianças e adolescentes dobraram quando comparados aos tempos pré-pandêmicos.

Antes da chegada da Covid-19, as taxas de sintomas de ansiedade e depressão clinicamente significativas em grandes cortes juvenis (até 18 anos) eram de aproximadamente 11,6% e 12,9%, respectivamente. Com a pandemia, as estimativas de prevalência aumentaram para 20,5% e 25,2%.

De acordo com os pesquisadores, outras análises já revelaram que um em cada quatro jovens está experimentando sintomas depressivos clinicamente elevados, enquanto um em cada cinco apresenta sinais de ansiedade.

Por que a saúde mental é tão importante quanto a física?

De acordo com um artigo do Harvard Health Publishing, essa é uma questão essencial de se compreender. Se uma criança tem febre ou tosse persistente, por exemplo, os pais reagem imediatamente, prestam atenção e procuram ajuda. 

Mas se o pequeno parece triste, irritado ou menos interessado em atividades que costumava desfrutar, os responsáveis tendem a pensar nisso como “apenas uma fase”, ou “angústia adolescente”, ou qualquer outra coisa que possa ser ignorada.

A saúde mental dos jovens é fundamental. Não só a saúde mental afeta a física, mas os problemas de saúde mental não tratados interferem na aprendizagem, na socialização, na autoestima e em tantos outros aspectos importantes do desenvolvimento infantil. Além disso, para algumas crianças, questões psicológicas não tratadas levam, inclusive, ao suicídio.

Confira:

Como ajudar?

Veja algumas dicas de como mães, pais, cuidadores e responsáveis podem ajudar crianças e adolescentes a lidarem melhor com a saúde mental:

1. Crie canais de comunicação e espaços seguros para falar

É fácil perder a conexão com os filhos, especialmente quando são adolescentes. Seja jantar em família, noite de jogos, conversar no caminho para a escola ou passar pelo quarto do jovem antes de dormir, ter horários regulares para fazer perguntas abertas e ouvi-los é muito importante.

2. Certifique-se de que a criança tenha tempo de inatividade

Todos nós precisamos disso, incluindo as crianças. Preste atenção se elas não estão atarefadas demais e tenha certeza de que há tempo para fazerem coisas que gostam.

3. Incentive hábitos de mídia saudáveis

Uma das coisas que as crianças gostam hoje em dia é estar em seus dispositivos, o que pode ser divertido e conectá-las aos amigos, mas também pode contribuir para problemas com a saúde mental. Fale com os jovens sobre como eles usam a mídia.

4. Priorize o sono suficiente e a atividade física

Ambos são muito importantes para a saúde mental, bem como para a saúde física. De acordo com estudos, uma noite de sono adequada ajuda a nutrir resiliência mental e emocional. Além disso, praticar algum tipo de exercício incentiva o corpo a liberar hormônios, como a dopamina e a endorfina, que contribuem para a sensação de prazer, melhoria do humor e da autoestima.

5. Faça da sua casa um porto seguro sem julgamentos 

Isso não significa que pais e responsáveis não podem e não devem ter expectativas sobre comportamento ou notas de seus filhos. Mas deixe eles saberem que são amados não importa o que aconteça, que podem dizer o que sentem e que há alguém ali que sempre vai ajudá-los. Ser um bom ouvinte é essencial. 

6. Preste atenção à sua própria saúde mental

As crianças prestam mais atenção no que os pais fazem do que no que dizem. Se você está claramente lutando contra ansiedade ou depressão, e não está fazendo nada sobre isso, está enviando uma mensagem errada para seus filhos. 

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Milena Alvarez

Milena Alvarez

Caiçara e jornalista de saúde há quatro anos. Tem interesse por assuntos relacionados a comportamento, saúde mental, saúde da mulher e maternidade. @milenaralvarez