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Saiba como ser um bom ouvinte e aprenda a hora certa de dar conselhos

Existem maneiras de ouvir sem inserir sua opinião ou dizer o que você faria no lugar do outro - iStock
Existem maneiras de ouvir sem inserir sua opinião ou dizer o que você faria no lugar do outro - iStock

Dar conselhos pode ser tentador, mas nem sempre é algo desejado por quem conta algo. Em vez disso, você pode desenvolver habilidades para ser um bom ouvinte e apoiar as pessoas ao seu redor. Ouvir alguém sem lhe dizer o que fazer pode ser um desafio. Praticar a escuta ativa - escutar atentamente o interlocutor, não só com os ouvidos, mas com todos os sentidos em alerta - e a compaixão pelos outros pode ajudá-lo a ouvir sem dar sua opinião.

Quando você ouve alguém falar sobre a vida ou desafios, pode ser tentador dar conselhos. Às vezes, seu conselho pode não ser solicitado. Existem maneiras de ouvir sem inserir sua opinião ou dizer o que você faria se estivesse na mesma situação. Embora você possa ter tido experiências semelhantes às da pessoa que está ouvindo, às vezes ela pode querer apenas um ouvido gentil e atento.

Pensando nisso, veja a seguir algumas dicas de como lidar com essa situação, não sendo indelicado e agindo com compaixão:

-Pergunte se a pessoa quer ajuda - existe o risco de ser vulnerável aos outros. Portanto, se alguém está compartilhando algo vulnerável e você deseja fazer algo a respeito, é sempre melhor perguntar antes de entrar em ação. Às vezes, uma pessoa quer apenas um ouvido atento. Dar conselhos ou tentar agir sozinho, especialmente quando isso não é solicitado, pode piorar a situação. Você pode dizer "Quer só ser ouvido ou gostaria de ouvir o que penso a respeito?"

-Pratique a escuta ativa - se você está ouvindo para entender em vez de responder, está praticando a escuta ativa. Ela exige estar atento e no momento presente com o orador para que você possa se concentrar no que ele está tentando dizer. Uma pesquisa de 2022 sobre escuta ativa sugere estas dicas para praticar ser um ouvinte ativo melhor:
-concentre-se em quem fala,
-ouça o que ele está dizendo - mesmo que não seja o que você quer ouvir,
-use suas próprias palavras para parafrasear o que você o ouviu dizer,
-faça perguntas para esclarecer algo se precisar de ajuda para entender,
-evite fazer julgamentos,
-evite fazer suposições,
-não formule uma resposta até que tenha ouvido toda a mensagem.

-Valide seus sentimentos- se alguém está em um momento frágil, você pode ajudar a validar esses sentimentos. Se for genuíno, corroborrar os sentimentos de outra pessoa pode ser uma poderosa ferramenta de comunicação. Legitimar os sentimentos de alguém pode ser assim:
“Posso entender por que isso foi desafiador para você.”
“Eu também ficaria com raiva se isso acontecesse comigo.”
“Estou triste pelo que aconteceu com você; você não merecia isso.
“Acho que você lidou bem com essa situação; estou orgulhoso de você."
Validar os sentimentos de alguém mostra para a pessoa que se abriu que você entende o que ela está dizendo.

-Seja uma pessoa segura para conversar - quando alguém está vulnerável com você, lançar muitas ideias e sugestões é tentador. Se for rápido demais para oferecer conselhos ou dizer à pessoa o que faria, ela pode se sentir insegura ao expressar sua mensagem. Evite julgar o que a pessoa está dizendo e ofereça apoio em vez de conselhos. Se você envergonhar alguém por expressar suas emoções, ele provavelmente não confiará ou falará com você novamente.

-Pratique a compaixão - isso pode ajudar a melhorar seus relacionamentos e bem-estar geral. Pesquisadores sugerem que não existe uma definição universal de compaixão; em vez disso, ela é composta de várias partes. Esses mesmos pesquisadores discutiram essas partes envolvidas na compaixão:
-Reconhecimento do sofrimento.
-Reconhecimento de que o sofrimento acontece universalmente.
-Mostrar preocupação com quem está sofrendo e praticar a empatia.
-Fortalecer-se ao ouvir relatos sobre o sofrimento de alguém.
-Desejar ou agir para ajudar alguém a aliviar o sofrimento.
Quando a compaixão é aplicada para ouvir alguém sem conselhos, reconhecer os desafios de alguém e mostrar a eles que você se importa pode fazer a diferença. Se você puder ajudá-los, isso pode mostrar compaixão, mas nem sempre eles querem ajuda.

-Coloque-se no lugar deles -empatia é colocar-se no lugar da outra pessoa, em vez de sentir pena dela. Quando você realmente entende como uma situação pode ser para alguém, é mais fácil fornecer suporte. Ouvir ativamente e refletir sentimentos para a pessoa que você está ouvindo pode ajudá-lo a praticar a empatia. Você pode estar compartilhando uma experiência desafiadora ou alegre com o orador, e entender suas emoções pode ajudá-lo a ser uma pessoa segura para conversar.

-Compartilhe uma história semelhante - pode ser útil perguntar à outra pessoa se ela deseja ouvir sua experiência antes de contá-la. Quando você está conversando com alguém, pode querer se sentir compreendido ou esperar que outras pessoas possam se identificar com o que você está dizendo. Em vez de dar conselhos, às vezes pode ser útil compartilhar uma história de um desafio semelhante pelo qual você passou e como o superou. Se alguém lhe disser o que fazer, pode parecer controlador. Se você superou dificuldades em sua vida, pode ser útil para o orador ouvir sobre suas experiências e como você resolveu um problema semelhante. Compartilhar uma história pode ser útil, mas também pode ser disfarçado como um conselho contido em uma história. Se você considerar usar esse método, tente usá-lo com moderação e atenção.

Fonte: Psych Central

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Cármen Guaresemin

Cármen Guaresemin

Filha da PUC de SP. Há anos faz matérias sobre saúde, beleza, bem-estar e alimentação. Adora música, cinema e a natureza. Tem o blog Se Meu Pet Falasse, no qual escreve sobre animais, outra grande paixão.  @Carmen_Gua