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Psicofobia: o que é, impactos e como combater

Abril é o mês de combate à psicofobia, fenômeno que faz as pessoas terem vergonha de buscar ajuda - iStock
Abril é o mês de combate à psicofobia, fenômeno que faz as pessoas terem vergonha de buscar ajuda - iStock

Redação Publicado em 12/04/2022, às 15h00

Enfrentar um transtorno mental é uma difícil missão, tanto para quem tem o diagnóstico quanto para a família e amigos. Entretanto, além de lidar com a condição, muitos ainda precisam superar a discriminação, que pode agravar o quadro e colocar a pessoa em uma posição socialmente vulnerável.

O termo psicofobia é utilizado para qualificar o preconceito contra pessoas portadores de algum tipo de transtorno ou doença mental. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 720 milhões de pessoas sofrem com doenças mentais no mundo, o que equivale a, aproximadamente, 10% de toda a população mundial. 

Nesse contexto, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) idealizou o Dia Nacional de Enfrentamento à Psicofobia, celebrado em 12 de abril, com o objetivo de combater o preconceito, trazendo informação e conscientização sobre transtornos mentais, seus sintomas e tratamentos. 

Características da psicofobia

A principal causa desse tipo de preconceito é o estereótipo criado sobre pessoas que têm algum transtorno mental. Existe uma carga de estigmas que circula no imaginário social e que não corresponde à realidade. 

Muitas vezes, a psicofobia passa despercebida, mas é uma prática presente e frequente, seja por meio de comentários ou de atos segregadores. Além do julgamento, muitas frases psicofóbicas são ouvidas cotidianamente por quem sofre com esse tipo de preconceito: 

  • “Quem vai ao psiquiatra é doido”;
  • “Depressão não é doença, é frescura”;
  • “Ansiedade é falta de oração”;
  • “Você não precisa de remédio, precisa de Deus” 
  • “Acorda pra vida, parece um retardado”. 

Desprezar a condição mental de alguém nada mais é do que praticar o preconceito e reforçar o estigma em torno dos transtornos mentais. A psicofobia também ocorre por ações discriminatórias quando, por exemplo, se limita o acesso de pessoas sob essas condições a certos espaços, quando se dificultam oportunidades ou quando são excluídas socialmente por conta de uma doença mental. 

Confira:

Quais os impactos da psicofobia?

O medo do julgamento e da exclusão social pode fazer com que pessoas com comprometimento psiquiátrico evitem procurar apoio médico ou psicológico, agravando o seu quadro clínico. Muitas vezes, qualquer sinal de depressão, tristeza ou ansiedade é visto como fraqueza. 

A psicofobia atrapalha a busca e a adesão ao tratamento adequado, bem como aumenta a probabilidade de as pessoas optarem por automedicação, consumo de álcool ou outras drogas na tentativa de amenizar o sofrimento. Em qualquer uma dessas situações, há grandes chances de o problema ser agravado e da piora da qualidade de vida.

Vale lembrar que ninguém está livre de enfrentar algum transtorno ou doença mental. Todos os dias, milhares de pessoas recebem diagnósticos de depressão, de transtornos de humor, de déficit de atenção e de transtornos de personalidade e ansiedade, por exemplo.

Como combater a psicofobia?

A principal forma de enfrentar o preconceito é através da informação. A difusão de conhecimentos acerca dos transtornos mentais e o encorajamento da busca de tratamentos qualificados devem ser sempre reforçados, por isso a importância de iniciativas como o Setembro Amarelo, mês de combate e prevenção ao suicídio e que dá visibilidade aos transtornos mentais.

Outros projetos dizem respeito ao cuidado em liberdade, preconizado pela atual política de Saúde Mental, segundo a qual a pessoa em sofrimento psíquico deve ter seus direitos assegurados, como convívio social em oposição ao isolamento. Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), por exemplo, promovem oficinas como forma de legitimar a presença da pessoa com transtorno mental na comunidade e integrá-la ao espaço, o que pode reduzir a psicofobia.

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