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Mudanças climáticas pioram doenças neurológicas, segundo pesquisa

Entenda a relação entre mudanças climáticas e doenças neurológicas - iStock
Entenda a relação entre mudanças climáticas e doenças neurológicas - iStock

Indivíduos que sofrem com doenças neurológicas, como dor de cabeça, demência, esclerose múltipla e Parkinson podem experimentar uma piora dos sintomas devido às mudanças climáticas. É o que sugere uma nova revisão publicada na revista Neurology, da Academia Americana de Neurologia. 

Além disso, os achados mostram que o acidente vascular cerebral (AVC) também pode se tornar mais prevalente em decorrência das alterações no clima. 

Segundo os pesquisadores, embora a comunidade internacional se esforce para reduzir o aumento da temperatura global, mudanças ambientais irreversíveis já ocorreram e, à medida que o planeta aquece, elas continuarão a acontecer. 

Confira:

Mais AVC, enxaquecas e hospitalizações

Para a revisão, a equipe analisou estudos publicados sobre mudanças climáticas, poluentes, temperaturas extremas e doenças neurológicas entre 1990 e 2022. Foram identificados 364 estudos relevantes sobre esses temas que destacavam, entre diversos outros pontos, as relações entre a variabilidade da temperatura e o agravamento dos sintomas neurológicos, bem como poluentes transportados pelo ar e a taxa e a gravidade das doenças cerebrovasculares.

As descobertas revelaram que eventos climáticos extremos e flutuações de temperatura estavam associados à incidência e à gravidade do AVC, enxaquecas, hospitalização em pacientes com demência e piora de casos de esclerose múltipla.

O levantamento também mostrou que a exposição a poluentes transportados pelo ar, especialmente nitratos e material particulado fino (PM2.5), foi associada à incidência e à gravidade do AVC, de dores de cabeça, de risco de demência, de doença de Parkinson e de agravamento da esclerose múltipla. 

Para os pesquisadores, a mudança climática representa muitos desafios para a humanidade, alguns dos quais não são bem estudados. Segundo eles, mais estudos são necessários para buscar maneiras de reduzir a transmissão de doenças neuroinfecciosas, para entender como a poluição do ar afeta o sistema nervoso e para achar alternativas de como melhorar a prestação de cuidados neurológicos em face de interrupções relacionadas ao clima.

Vale lembrar que uma das limitações da revisão é que os estudos analisados foram feitos em regiões ricas em recursos, sugerindo que os resultados podem não se aplicar às regiões com menos recursos, onde tais mudanças podem ser ainda mais prováveis de ocorrer. 

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Milena Alvarez

Milena Alvarez

Caiçara e jornalista de saúde há quatro anos. Tem interesse por assuntos relacionados a comportamento, saúde mental, saúde da mulher e maternidade. @milenaralvarez