Redação Publicado em 19/07/2022, às 13h00
Provavelmente você já ouviu o termo "inteligência emocional". Ainda assim, pode não estar 100% claro sobre o que, exatamente, significa ser emocionalmente inteligente. Em poucas palavras, trata-se da capacidade de entender, gerenciar e expressar suas próprias emoções, entender as emoções dos outros e responder a elas de maneira saudável e produtiva. É verdade que isso é uma simplificação de um conceito que os psicólogos moldaram ao longo de décadas. Para uma definição mais completa de inteligência emocional, além de detalhes sobre como isso pode afetar seus relacionamentos, continue lendo.
O conceito de inteligência emocional decorre do argumento de que o QI (quociente inteligente) não é uma medida de inteligência completa. O psicólogo Howard Gardner, de Harvard, questionou a validade de uma única pontuação de QI baseada principalmente em habilidades matemáticas e linguísticas. Em 1976, ele apresentou sete tipos diferentes de inteligências (teoria das inteligências múltiplas), que foram posteriormente expandidas para nove tipos.
Em 1995, o psicólogo e jornalista científico Daniel Goleman apresentou sua própria teoria da inteligência emocional, que incorpora dois tipos de inteligência de Gardner: a interpessoal e a intrapessoal. De acordo com Goleman, existem quatro aspectos fundamentais da inteligência emocional, conforme listado em seu livro "Emotional Intelligence: Why It Can Matter More Than IQ" (Inteligência emocional: por que pode ser mais importante do que o QI – em tradução livre).
Em geral, autoconsciência é estar em sintonia com quem você é, entender seu comportamento e reconhecer o que precisa trabalhar. A autoconsciência vai além de apenas estar ciente de sua personalidade. É também uma consciência de como está agindo em um determinado momento (ou momentos) e como os outros estão percebendo você e essas ações.
A inteligência emocional não é apenas estar em sintonia com suas emoções, mas também se é capaz de expressá-las de maneira saudável e apropriada, algo também conhecido como autogerenciamento. Isso significa ser objetivo com suas emoções e ter a capacidade de autorregular emoções elevadas que possam surgir para produzir uma resposta emocional eficaz e apropriada ao contexto.
Em outras palavras, as pessoas que possuem autogestão não estão perdendo o controle quando as coisas não acontecem do jeito que querem, mas mantendo suas emoções em equilíbrio. É claro que ser capaz de manter a calma ao receber notícias devastadoras não é tarefa fácil, mas uma pessoa emocionalmente inteligente sabe como lidar e expressar melhor suas emoções.
Não importa o que você faça na vida, ter um forte conjunto de habilidades sociais é crucial, e elas influenciam sua inteligência emocional. As habilidades sociais exigem a capacidade de ser objetivo nas interações sociais, incluindo as respostas emocionais dos outros. Parte de ser socialmente consciente é possuir empatia. Ela permite que você se coloque no lugar de outra pessoa, colocando-se na situação dela e entendendo-a da perspectiva dela.
O quarto elemento da inteligência emocional lida com sua capacidade de gerenciar relacionamentos, ou seja, a capacidade de formar e cultivar conexões com os outros. Isso se aplica aos seus relacionamentos com amigos e familiares e suas interações no local de trabalho. Segundo psicólogos, pessoas com habilidades de gerenciamento de relacionamento são capazes de lidar com conflitos, dizendo o que elas têm a dizer, de forma clara e forte, e de uma forma que a outra pessoa possa ouvir.
Alguém que tem uma baixa inteligência emocional não estará disposto a falar sobre as coisas. Eles rapidamente se tornam defensivos, não têm empatia e consciência de como seus comportamentos afetam aqueles ao seu redor, e terão pouca responsabilidade por suas ações e frequentemente culpam os outros.
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A inteligência emocional desempenha um papel em todos os relacionamentos interpessoais, mas especialmente nos relacionamentos românticos. A inteligência emocional é a base para que as pessoas compartilhem suas emoções profundas de maneira saudável, para que seus parceiros as apoiem e para que os conflitos sejam resolvidos de uma maneira que promova o crescimento e o respeito por todas as partes.
Quando ambas as partes em um relacionamento carecem de inteligência emocional, elas normalmente não formam uma conexão profunda e significativa, dizem os especialistas. Elas não compartilham suas emoções, têm dificuldades em regulá-las e têm capacidade limitada de ter empatia ou reconhecer as necessidades emocionais dos outros. No entanto, se nenhum dos parceiros está buscando essas qualidades em um relacionamento, eles podem, de certa forma, coexistir em um nível superficial.
Quando apenas uma pessoa tem habilidades de inteligência emocional, por um lado, ela é mais propensa a procurar um parceiro que possa se relacionar nesse nível. Se não, eles podem estar se vendo como um salvador ou libertador para o outro. Isso, muitas vezes, se torna uma ladeira íngreme e escorregadia para navegar. Se a pessoa tem um forte senso de si mesmo e é capaz de sustentá-lo diante de grandes dificuldades, eles podem ser capazes de manter o relacionamento ou influenciar adequadamente a outra pessoa para aprender e crescer.
Você pode usar os quatro pontos acima como uma espécie de lista de verificação para ter uma noção geral de quão emocionalmente inteligente é. Você é uma pessoa emocionalmente inteligente se é capaz de administrar e controlar suas emoções, tem autoconsciência, está sintonizado com as emoções de outras pessoas e é capaz de reconhecer emoções sem reagir emocionalmente. É estar disposto e aberto a discutir problemas no relacionamento e a capacidade de refletir sobre o comportamento.
Quer saber onde você está? Existem medidas psicológicas específicas que podem ser usadas para avaliar a inteligência emocional de uma pessoa. Elas consistem em autorrelato ou avaliação das habilidades de inteligência emocional de uma pessoa em uma situação particular. Você pode fazer um teste de inteligência emocional online, mas, para realmente entender o grau de inteligência emocional de alguém, seria necessário avaliar a capacidade da pessoa de entender e gerenciar emoções e como isso afeta seus comportamentos. Em outras palavras, encontrar-se com um profissional de saúde mental será a maneira mais precisa de descobrir onde você se enquadra no espectro da inteligência emocional.
É importante notar que nem todo relacionamento com um desequilíbrio de inteligência emocional está condenado. Você pode tomar medidas para melhorar sua inteligência emocional, esteja em um relacionamento ou apenas interessado em melhorar sua vida.
Como acontece com qualquer outra habilidade, as pessoas têm graus variados de viver sua experiência com essas habilidades e podem continuar aprendendo e evoluindo ao longo da vida. Procurar ajuda profissional é uma opção. Terapia individual ou aconselhamento de casais muitas vezes desempenha um papel significativo no desenvolvimento dessas habilidades. Idealmente, ambas as pessoas no relacionamento aprendem e utilizam as habilidades básicas da inteligência emocional.
Tentar terapia individual ou de casais é um pequeno preço a pagar pela chance de aumentar sua inteligência emocional. Pode ajudá-lo a entender seu parceiro ou outras pessoas importantes em sua vida em um nível mais profundo, permitindo que você forme e mantenha relacionamentos que floresçam.
Via: Shape
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