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Férias com animais de estimação: veja guia com informações importantes

Viajar de carro: é importante fazer várias paradas durante o percurso para que o pet possa se hidratar, defecar e urinar - iStock
Viajar de carro: é importante fazer várias paradas durante o percurso para que o pet possa se hidratar, defecar e urinar - iStock

Cármen Guaresemin Publicado em 07/12/2021, às 11h00

Com a chegada de dezembro e do verão começam os preparativos para as comemorações, férias e viagens, ainda que com algumas restrições da pandemia de Covid-19. Dentro desses planejamentos é essencial incluir os cuidados com os pets para garantir que as festas e os passeios sejam tranquilos e proveitosos para todos. E o primeiro item na lista, quando se trata de animais domésticos, é uma visita ao médico-veterinário.

A avaliação e a orientação de um profissional é fundamental para promover o bem-estar do animal durante essa estação do ano e também no período de festas e férias com a família. O tutor pode prevenir reações graves como hipertermia, insolação e desidratação. O excesso de calor pode trazer sérias consequências para o pet, inclusive com risco de óbito. Os sinais podem começar com ofegância, salivação excessiva, taquicardia, respiração acelerada, prostração, desidratação, evoluindo para síncope e até convulsões.

Além da intermação, que consiste no aumento exagerado da temperatura corporal, algumas doenças são mais comuns nesta época do ano, como intoxicação alimentar por chocolates, frutas ácidas e demais alimentos caseiros; gastroenterites; infestação por ectoparasitas (puliciose e ixodidiose); e verminoses em geral. Também é preciso cuidado com a dirofilariose e a leishmaniose.

Raças mais vulneráveis

Algumas raças de cães, como as braquicefálicas, exigem ainda mais atenção nesta época, pois sentem mais o impacto da temperatura alta. Cães de raças como São Bernardo, Malamute do Alasca e Pug, precisam de cuidados redobrados no verão. Assim,  Bulldog Inglês, Bulldog Francês e Shih-tzu também requerem atenção especial. São aquelas raças que têm nariz achatado. É importante ampliar os cuidados com os animais idosos e obesos também, independentemente da raça. Pela condição física, em que o organismo não está mais tão receptivo às alterações ambientais, eles tendem a sofrer mais com o calor.

Perigos do calor para os pets

Os cães são os que sofrem mais com as altas temperaturas, já que os gatos dormem bastante durante o período mais quente e evitam passear e fazer esforço físico. Durante o dia é bom ter um lugar arejado para os animais ficarem, evitando deixá-los em um quintal que pega muito sol. Eles precisam de uma área de descanso com sombra e circulação de ar.

Com alguns cuidados simples, é possível assegurar o bem-estar dos animais de estimação nos meses mais quentes do ano. O tutor deve evitar passeios e caminhadas nas horas mais quentes do dia, a fim de evitar queimaduras nos coxins do pet – aquelas almofadas nas patinhas; manter banho e tosa em dia; não colocar roupinhas quentes; e deixar água fresca sempre à disposição - se possível em mais de um local da casa.

Dicas refrescantes

Veterinários recomendam avaliar bem antes o horário do passeio. O ideal é passear antes das 9 horas da manhã e depois das 20 horas, conforme o tempo estiver no dia, não só pelo risco de queimaduras, mas porque os animais caminham muito mais perto do chão, onde o calor e o mormaço são ainda maiores. Algo interessante para fazer durante o verão é congelar pedacinhos de frutas - evitando as ácidas, e jogar para o cão brincar com o gelo e ainda comer a fruta, assim ele se distrai. Isso também pode ser feito com água de coco congelada. Com os gatos, troque fruta por ração amassada.

Proteção em dia

Os médicos-veterinários alertam que, além dos cuidados com as altas temperaturas, também é preciso estar com as vacinas e a proteção antiparasitária em dia, prevenindo, inclusive, parasitas de maior incidência no verão, como pulgas e carrapatos. Para evitar ou minimizar a chance de acometimento das doenças comuns à época eles recomendam a administração de vermífugo e antiparasitário, o uso de coleiras repelentes, manter o animal sempre hidratado e não fornecer alimentos caseiros. Qualquer alteração que o animal apresente, o tutor deve procurar um médico-veterinário.

Viagens

Dicas para viagens de carro

Focinho na janela e pelos ao vento. Não comece as férias com o cachorro desse jeito. Parece fofo, mas é sobretudo perigoso. Quando ficam com a carinha na janela do carro, os pets podem se assustar e, em algum momento, pular. E o vento forte até produz um certo charme, mas compromete a saúde do bichinho. Ao tomar fortes correntes de ar, o pet pode contrair inflamação no conduto auditivo e úlceras de córnea. É possível baixar um pouco os vidros ou ligar o ar-condicionado para que ele não sofra tanto com o calor, mas expô-lo ao vento forte, definitivamente, não é recomendável.

De acordo com os veterinários, é preferível evitar fazer viagens longas de carro com pets. Se for realmente necessário viajar com ele, é importante fazer várias paradas durante o percurso para que ele possa se hidratar, defecar e urinar. O ar-condicionado do veículo pode ajudar a manter o pet mais estável, mas o ideal é viajar nas horas mais frescas do dia ou à noite. Na hora de optar pela temperatura é importante considerar o bem-estar do animal em primeiro lugar. Assim, o ideal é deixar o ambiente com um clima neutro - nem quente, nem muito frio.

Deve-se ter cuidado em não oferecer grandes quantidades de alimento antes e durante a viagem para evitar vômitos, e, também, com as moscas de modo geral, especialmente na praia. Em regiões alagadas há o famoso verme do coração. Neste caso, dá para medicar o pet antes de ir viajar, basta consultar o médico-veterinário para evitar problemas.

Confira:

Caixas e capas

Muitos bichinhos amam andar de carro, mas quando o percurso é um pouco mais longo do que estão acostumados, é preciso ter cuidados específicos. Além do cinto de segurança para cães, a caixa de transporte para gatos, que promove conforto e segurança, também precisa ficar presa no cinto de segurança.

Outra dica é utilizar as capas protetoras pet para carro, este item pode tornar o passeio de carro com seu animal de estimação muito mais agradável. São confeccionadas em tecido, para deixar seu pet todo confortável, e os modelos impermeáveis conferem segurança - além de não deixar o cãozinho escorregando no banco, também protegem as portas do carro. E sempre tenha em mãos as medicações prescritas pelo veterinário.

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Gatos devem sempre ser transportados em caixas; nos carros, elas precisam ficar presas com cinto de segurança - iStock

Um modo de tentar controlar a agitação do bichinho e deixar o percurso mais confortável para ele é levar alguns de seus brinquedos preferidos no veículo. Isso fará com que ele se sinta em casa. Além disso, caso seja necessário, é possível encontrar calmantes naturais, específicos para animais, em pet shops.

Viagem em ônibus intermunicipais


As regras para embarque são diferentes entre os estados brasileiros, mas duas valem para todo o território nacional:

  • Para embarcar com animais em ônibus de viagem é preciso apresentar atestado de saúde do animal com comprovação da vacina antirrábica.
  • O animal deve ser transportado em caixas apropriadas.

Se o pet não tem hábito de passear dentro das caixas, prepare o terreno. Faça passeios antes para que ele se acostume com a caixa e não se estresse durante a viagem. Em São Paulo, cada ônibus intermunicipal leva apenas dois bichinhos por viagem. Os animais devem ter até oito quilos e ficar no banco ao lado do tutor, que paga pelo assento extra. Exceção feita aos cães-guia. O tutor deficiente visual pode embarcar com seu cão-guia independentemente do peso do animal e tarifa. Como as regras dependem de legislações distintas, é importante fazer contato antes com as empresas de transporte para evitar contratempos.

Avião: verifique com antecedência as regras de transporte da companhia aérea

As viagens de avião com os pets são sempre motivo de preocupação - principalmente para os tutores de primeira viagem. Então é preciso estar atento às regras da companhia e também às legislações do lugar de destino - nas internacionais, principalmente. Atestado de saúde e carteira de vacinação atualizadas são obrigatórios, mas também não se esqueça do conforto deles. As caixas de transporte precisam ter espaço suficiente para que possam se movimentar - e isso vale tanto para os animais que tem porte para viajar com o tutor quanto os que vão viajar nos porões da aeronave. Também identifique o animal com todos os dados e telefone.

Documentos

Assim como devemos andar com RG e carteira de habilitação, por exemplo, alguns documentos são imprescindíveis para se locomover com pets. Um deles é a carteira de vacinação do animalzinho, que precisa estar devidamente atualizada. Também é preciso ter sempre à mão o atestado de trânsito, emitido pelo médico veterinário.

Hotelzinho: prepare-o para uma boa estadia

O primeiro passo é verificar se o espaço escolhido tem boas referências. Opte pelos já indicados por outros tutores que você conheça. Verifique as condições de higiene, se há espaços adequados ao porte do seu pet e cheque se há atendimento de emergência para caso ele necessite. Escolhido o lugar, visite antes com o seu pet e passe um tempo com ele, para que se adapte. No dia que for deixá-lo, leve brinquedos que ele mais gosta e ao menos uma peça de roupa sua para ele se sentir confortável. E não esqueça de levar a alimentação de que ele mais gosta e está acostumado.

Verifique se o hotel ou o local onde você vai ficar aceita pets

No Brasil, já existem diversas opções de hotéis, pousadas e outras hospedagens preparadas para receber seu amigo animal. Um grande passo nessa jornada de fazer com que os locais sejam mais acolhedores para famílias que viajam com animais de estimação, a Mars Petcare se uniu ao ALL - Accor Live Limitless para ampliar a oferta pet friendly em mais de 300 hotéis da empresa em todo o Brasil a partir de uma nova política. Em celebração a essa conquista, até 31 de janeiro de 2022, os clientes têm até 20% de desconto + café de manhã nas hospedagens dos hotéis da rede.

Caso o animal vá para um lugar com piscina ou rio, é preciso que os mergulhos sejam feitos com supervisão, mesmo que o pet saiba nadar. Além disso, é preciso cuidados com a pele e pelo do animal, para evitar as dermatites e, claro atenção especial  às orelhas. O excesso de umidade pode estimular o surgimento das otites, por isso, a melhor maneira de prevenir o problema é higienizar a área das orelhas com o uso de algodão e loções especiais para a limpeza, mantendo-as sempre secas e em condições ideais de umidade.

Gatos

Os gatos não são grandes fãs de viagens. Por serem animais territorialistas, eles não apreciam movimentações diferentes, ambientes estranhos e pessoas desconhecidas. Para quem tem gatos, o ideal é deixá-los sob os cuidados de um pet sitter ou contar com alguém de sua confiança que possa ir em casa trocar a água, colocar comida e limpar as caixinhas de areia diariamente. 

Caso o animal acompanhe o tutor no passeio será necessário investir em medidas que diminuam o estresse do pet, como usar feromônios espécie-específicos e acostumá-los a usar a caixa de transporte com antecedência. Para os idosos, a recomendação é evitar as viagens, pois o estresse do transporte e do novo ambiente pode ser desgastante demais para os gatos e ocasionar sérios problemas de saúde.

Atenção a estes pontos:
Vacinação: é preciso garantir que todas as vacinas estejam em dia. Atenção especial a V8, antirrábica, contra gripe e contra giárdia/giardíase. Coleira repelente e antiparasitários: quando o assunto é leishmaniose, a coleira repelente é indispensável. A doença é mais comum no verão, pois as altas temperaturas são ideais para a proliferação do vetor da doença, o mosquito Palha. As altas temperaturas também geram aumento na proliferação de parasitas como pulgas e carrapatos, por isso, é necessário escolher também qual antiparasitário é o ideal para o seu pet.
Vermifugação: além da administração do vermífugo, pode ser indicado realizar um exame parasitológico das fezes.
Verme do coração: a dirofilariose, conhecida como Doença do Verme do Coração, é comum nos períodos mais quentes também por conta do cenário ideal à proliferação de carrapatos e do mosquito vetor. O ideal é prevenir a picada do mosquito vetor e fazer a desparasitação com o médico-veterinário.
Medicamentos: vale ressaltar que se o animal faz uso de alguma medicação é indicado levar uma quantidade um pouco maior do que a necessária para os dias que irão passar longe de casa, dessa forma caso haja qualquer imprevisto o animal não corre o risco de ficar sem o medicamento.

Dezembro verde

A Mars Petcare apoia novas inciativas no contexto do Dezembro Verde, campanha de conscientização contra o abandono dos animais e estímulo à guarda responsável dos bichos de estimação. A campanha foi idealizada em 2015 no Ceará e hoje várias cidades no Brasil se mobilizam em prol do combate ao desamparo de pets. O mês escolhido para dar visibilidade ao movimento está relacionado ao fato de que em dezembro há maior propensão para abandono – para se isentar da responsabilidade ao se ausentarem neste período, seja para viagens ou festas de fim de ano, muitas pessoas recorrem ao abandono.

Neste contexto, a atuação da população, instituições e empresas é fundamental para dar suporte aos pets que sofrem com o desamparo. Diversas ONGs e protetores independentes que resgatam animais nas ruas e prestam os devidos cuidados, preparando-os para uma possível adoção, no entanto, grande parte dos pets podem passar anos esperando por um lar. Mars Petcare assumiu o compromisso de combater o abandono animal e para isso, trabalha para dar mais destaque à causa, atuando por meio de programas como o Pedigree Adotar é Tudo de Bom.

Fontes:
Eduardo Pacheco, médico-veterinário, membro da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais (CTCPA) do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP);
Fernanda Ambrosino, médica-veterinária e gerente de produtos da Unidade de Pets da Ceva;
Fernanda Duran, médica-veterinária da Mars Petcare;
Karina Mussolino, médica-veterinária e gerente Técnica de Clínicas da Petz;
Otávio Verlengia, médico-veterinário, membro da CTCPA do CRMV-SP.

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