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Gatos preferem conseguir comida sem esforço, sugere estudo

O contrafreeloading é a disposição dos animais para buscar alimentos quando há equivalentes livremente disponíveis - iStock
O contrafreeloading é a disposição dos animais para buscar alimentos quando há equivalentes livremente disponíveis - iStock

Redação Publicado em 16/08/2021, às 16h30

Quando dada a opção de escolha entre livre acesso à comida ou à necessidade de realizar uma tarefa para consegui-la, os gatos preferem a refeição que não requer muito esforço. Pelo menos é o que indica um novo estudo da Universidade da Califórnia (Estados Unidos), publicado na revista Animal Cognition

Segundo os autores, embora essa descoberta possa não ser nenhuma surpresa para os amantes de gatos, é para os especialistas em comportamento felino. A grande maioria dos animais – incluindo aves, roedores, lobos, primatas e, até mesmo, girafas – prefere trabalhar para conseguir comida.

Preferência pelo “sem esforço”

O comportamento conhecido como contrafreeloading diz respeito à disposição dos animais para trabalhar em busca de alimentos quando há outros equivalentes livremente disponíveis. 

Confira: 

No estudo, foram analisados o comportamento de 17 gatos domésticos em dez ensaios de 30 minutos. Para cada um, foi oferecido um “quebra-cabeça” alimentar – que permitia que eles vissem facilmente a comida, mas exigia alguma manipulação para extraí-la – e uma bandeja com acesso livre ao alimento.

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Na maioria das vezes, os gatos do estudo preferiram a comida gratuita/ Imagem: Mikel Delgado/UC Davis

Os resultados mostraram que os gatos fizeram mais primeiras escolhas para se aproximar e comer da bandeja do que do quebra-cabeça. De acordo com os pesquisadores, o surpreendente desse caso é que, de todas as espécies, esses animais parecem ser os únicos que não mostraram forte tendência ao contrafreeloading.

Além disso, os gatos que consumiram mais comida do quebra-cabeça também comiam mais em geral, sugerindo uma relação entre fome e esforço.

Não são só os “preguiçosos”

Todos os gatos participantes da pesquisa usaram um monitor de atividade. Assim, foi possível observar que mesmo os gatos considerados mais ativos escolheram os alimentos disponíveis livremente na bandeja em comparação à comida do quebra-cabeça. 

Os pesquisadores ressaltam que o estudo não deve ser tomado como uma demissão dos quebra-cabeças alimentares. Segundo eles, o fato de eles não preferirem não significa que não gostam, bem como os objetos utilizados podem não ter estimulado o comportamento natural de caça dos gatos, que geralmente envolve emboscar suas presas.

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