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Estudo destaca a importância da saúde do coração na prevenção do diabetes

O diabetes tipo 2 é uma condição comum, que afeta cerca de 13 milhões de brasileiros - iStock
O diabetes tipo 2 é uma condição comum, que afeta cerca de 13 milhões de brasileiros - iStock

Redação Publicado em 29/09/2021, às 15h30

Adultos saudáveis de meia-idade têm menos probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2 ao longo da vida, de acordo com um novo estudo publicado no European Journal of Preventive Cardiology – da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC). 

As descobertas mostraram que a importância da saúde cardiovascular era significativa, independentemente da predisposição genética. No estudo, a saúde cardiovascular favorável foi definida a partir dos seguintes critérios: ter um peso corporal saudável, pressão arterial e colesterol controlados, não fumar, comer uma dieta balanceada e praticar atividades físicas. 

Segundo os pesquisadores, embora a genética contribua, em grande parte, para a probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2, os achados indicam que manter hábitos de vida saudáveis – especialmente em relação ao peso corporal – pode ajudar a diminuir o risco do surgimento da doença. 

Vale ressaltar que o diabetes tipo 2 é uma condição comum, que afeta cerca de 13 milhões de brasileiros, segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Diabetes, sendo que grande parte não sabe que tem a condição. 

Ruim, intermediário ou ideal

A pesquisa incluiu 5.993 participantes inicialmente sem diabetes tipo 2. A idade média era de 69 anos, sendo a maioria mulheres (58%). Todos receberam, logo no começo do estudo, uma pontuação de saúde cardiovascular – de 0 a 12 – de acordo com o índice de massa corporal (IMC), colesterol, pressão arterial, tabagismo, alimentação e atividade física. Aqueles que apresentavam pontuações mais altas, correspondiam a uma melhor saúde cardiovascular. 

Os participantes foram divididos em três categorias de acordo com seu escore: ruim (0-5), intermediário (6-7) e ideal (8-12). Além disso, também foi avaliada a predisposição genética ao diabetes tipo 2 e os resultados foram categorizados como baixo, médio ou alto risco genético. 

Confira:

O risco é menor para quem cuida da saúde cardíaca

Os achados mostraram que 869 indivíduos desenvolveram diabetes tipo 2 durante o período de acompanhamento. Olhando apenas para a saúde cardiovascular, os pesquisadores descobriram que o risco de apresentar a doença era menor naqueles com melhor saúde cardíaca.

Por exemplo, aos 55 anos, os participantes com saúde cardiovascular ideal apresentaram 22,6% de risco de desenvolver o diabetes tipo 2 ao longo da vida em comparação a 28,3% e 32,6% de chances para aqueles com saúde cardiovascular intermediária ou ruim, respectivamente. 

Quando o risco genético foi levado em conta, a possibilidade de desenvolver a doença era ainda menor naqueles com melhor saúde cardiovascular. Aos 55 anos, por exemplo, as chances de diabetes no grupo de alto risco genético foi de 23,5% para aqueles classificados na categoria ideal, contra 33,7% e 38,7% para os participantes com saúde cardiovascular intermediária e ruim, respectivamente. As mesmas relações foram observadas nos grupos de risco genético baixo e intermediário.  

Para os pesquisadores, os resultados destacam a importância do cuidado com a saúde cardíaca como forma de prevenção do diabetes tipo 2 em adultos de meia-idade, independentemente de estarem geneticamente com alto, médio ou baixo risco de desenvolver a doença. Em outras palavras, um estilo de vida saudável está associado diretamente a um risco reduzido de apresentar o diabetes tipo 2 mais tarde na vida. 

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