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Inteligência emocional: entenda o que significa e como cultivar

Compreender e gerenciar as próprias emoções é uma habilidade importante - iStock
Compreender e gerenciar as próprias emoções é uma habilidade importante - iStock

Você sabe o que significa "inteligência emocional"? Em poucas palavras, trata-se da capacidade de entender, gerenciar e expressar suas próprias emoções, entender as emoções dos outros e responder a elas de maneira saudável e produtiva.

O conceito de inteligência emocional surgiu a partir do argumento de que o QI (quociente de inteligência) não é uma medida completa. O psicólogo Howard Gardner, da Universidade de Harvard, nos EUA, há alguns anos questionou a validade de uma única pontuação de QI baseada principalmente em habilidades matemáticas e linguísticas. Em 1976, ele apresentou sete tipos diferentes de inteligências (teoria das inteligências múltiplas), que foram posteriormente expandidas para nove tipos.

Em 1995, o psicólogo e jornalista científico Daniel Goleman apresentou sua própria teoria da inteligência emocional, que incorpora dois tipos de inteligência de Gardner: a interpessoal e a intrapessoal. De acordo com Goleman, existem quatro aspectos fundamentais da inteligência emocional, conforme listado em seu livro "Emotional Intelligence: Why It Can Matter More Than IQ" (Inteligência emocional: por que pode ser mais importante do que o QI – em tradução livre).

A seguir, descubra quais os elementos que compõem o conceito de inteligência emocional, para saber se você conta com essas qualidades ou ter uma ideia de como cultivá-las:

1. Autoconsciência

De maneira simplificada, significa estar em sintonia com quem você é, entender seu comportamento e reconhecer o que precisa trabalhar. É compreender como se está agindo em um determinado momento (ou momentos) e como os outros estão percebendo você e essas ações.

2. Autogerenciamento

A inteligência emocional não é apenas estar em sintonia com suas emoções, mas também ser capaz de expressá-las de maneira saudável e apropriada, algo também conhecido como autogerenciamento. Isso significa ser objetivo com suas emoções e ter a capacidade de autorregular emoções elevadas que possam surgir para produzir uma resposta emocional eficaz e apropriada ao contexto.

3. Consciência social

As habilidades sociais exigem a capacidade de ser objetivo nas interações sociais, incluindo as respostas emocionais dos outros. Parte de ser socialmente consciente é possuir empatia. Ela permite que você se coloque no lugar de outra pessoa, colocando-se na situação dela e entendendo-a da perspectiva dela.

4. Gestão de relacionamento

É a capacidade de formar e cultivar conexões com os outros. Isso se aplica aos seus relacionamentos com amigos e familiares e suas interações no local de trabalho. Segundo psicólogos, pessoas com habilidades de gerenciamento de relacionamento são capazes de lidar com conflitos, dizendo o que elas têm a dizer, de forma clara e forte, e de uma forma que a outra pessoa possa ouvir.

Como fazer essa avaliação 

Você pode usar os pontos acima como uma espécie de lista de verificação para ter uma noção geral de quão emocionalmente inteligente é. Você é uma pessoa emocionalmente inteligente se é capaz de administrar e controlar suas emoções, tem autoconsciência, está sintonizado com as emoções de outras pessoas e é capaz de reconhecer emoções sem reagir emocionalmente. É estar disposto e aberto a discutir problemas no relacionamento e a capacidade de refletir sobre o comportamento.

Como cultivar a inteligência emocional

Você pode tomar medidas para melhorar sua inteligência emocional, seja para melhorar um relacionamento ou apenas para melhorar um potencial e ter mais sucesso em sua vida.

Como acontece com qualquer outra habilidade, as pessoas podem continuar aprendendo e evoluindo ao longo da vida. Procurar ajuda profissional também é uma opção. Terapia individual ou aconselhamento muitas vezes desempenha um papel significativo no desenvolvimento dessas habilidades.

Tatiana Pronin

Tatiana Pronin

Jornalista e editora do site Doutor Jairo, cobre ciência e saúde há mais de 20 anos, com forte interesse em saúde mental e ciências do comportamento. Vive em NY e é membro da Association of Health Care Journalists. Twitter: @tatianapronin