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Tenho 16 anos e só um testículo; o outro ainda pode descer?

Os testículos podem doer porque é uma região muito sensível e com alta concentração de nervos - iStock
Os testículos podem doer porque é uma região muito sensível e com alta concentração de nervos - iStock

Redação Publicado em 24/10/2022, às 18h00

“Doutor, tenho 16 anos e só tenho um testículo. Será que o outro tem chance de descer?”

Se, aos 16 anos, o outro testículo nunca apareceu na bolsa escrotal, o menino precisa procurar um profissional de saúde para investigar o que aconteceu. Existem algumas opções, como ele ter nascido apenas com um mesmo.

Outra possibilidade é ter os dois no nascimento, mas um deles ter ficado retido na cavidade abdominal. Nesse caso, o médico irá pedir alguns exames (ultrassom ou tomografia, por exemplo) para tentar localizar esse testículo e, se necessário, retirar. Se o testículo realmente estiver na cavidade abdominal, ele precisa ser extraído porque não pode permanecer nesta região.

Quando uma criança é muito nova e os pais percebem que um dos testículos não está na bolsa, nessa situação é possível levar ao pediatra para fazer o exame. Se, eventualmente, o profissional avaliar a localização, há alguns procedimentos que podem ser feitos para que esse testículo seja conduzido novamente ou volte a ficar preso dentro da bolsa escrotal. 

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Confira:

Entenda a condição 

A criptorquidia, condição relatada pelo leitor, acomete cerca de 4% dos bebês nascidos a termo e até 45% dos prematuros, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). É caracterizada pela ausência de um ou ambos os testículos no saco escrotal (criptoquirdia uni ou bilateral, respectivamente).

De forma geral, os testículos, depois de formados, saem de dentro do abdômen e descem até a bolsa escrotal no fim da gestação. “Uma alteração congênita pode fazer com que esse testículo fique preso ou retido no caminho”, explica o médico Tiago Elias Rosito, coordenador do departamento de uropediatria da SBU e professor de urologia pediátrica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É comum que o testículo seja encontrado na região inguinal (virilha), e palpável.

E se um testículo for mais baixo do que o outro, tem problema?

Muitos garotos se assustam ao notarem um testículo mais baixo do que o outro. No entanto, isso é normal. Geralmente, o esquerdo fica mais baixo do que o direito.

Para entender melhor, vamos à anatomia: os dois são sustentados por cordões formados por vasos sanguíneos, nervos e músculos. O que acontece é que o cordão do lado esquerdo é mais baixo do que o direito pela forma com que os vasos sanguíneos dessa região se ligam aos vasos maiores do corpo.

Vale ressaltar que o saco escrotal, onde ficam localizados os testículos, tem uma série de músculos que podem aproximá-los ou afastá-los do corpo para fazer um controle de temperatura. Apenas é possível perceber uma leve diferença de altura quando os músculos estão relaxados.

Os garotos devem ficar preocupados caso os testículos comecem a crescer de uma hora para outra ou se houver dor e desconforto. Isso pode indicar uma torção testicular, infecção ou até tumor. Nesses casos, o mais indicado é procurar um médico, de preferência um urologista, para avaliação.

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