Limites podem ajudar a manter um senso de identidade e espaço pessoal e são mais fáceis de criar e manter do que você imagina. Você encontrará limites em todos os tipos de relacionamento - de amigos e familiares a colegas e breves conhecidos. Embora sejam importantes em todas as áreas, os limites surgem muito em parcerias românticas.
Limites são diretrizes claras estabelecidas para ajudá-lo a comunicar claramente o comportamento que aceitará de outras pessoas e o comportamento que outras pessoas podem esperar de você. Você não pode vê-las, mas essas linhas o ajudam a você ser quem é e fornecem uma sensação de respeito mútuo, proteção, expectativas e apoio.
“Quando se trata de sua vida de casal, considere que na verdade existem três entidades envolvidas: você, seu parceiro e o próprio relacionamento - e os limites precisam ser definidos para cada um”, diz Jacqui Gabb ao Psych Central, professora de sociologia e intimidade na The Open University e diretora de relacionamento do aplicativo de casais Paired. “Cada uma dessas três partes precisa ser sustentada, nutrida e respeitada”, diz ela.
Embora existam algumas regras básicas a serem consideradas ao construir e manter limites saudáveis, o que funciona para uma pessoa pode não ser tão ideal para outra. Por exemplo, seu parceiro pode ter expectativas diferentes sobre:
-a quantidade de tempo que vocês passam juntos
-a frequência da comunicação quando vocês estão separados
-o que é considerado traição em um relacionamento sério
-linhas sendo cruzadas ao discutir finanças
E é provável que isso mude ao longo do relacionamento. Pode ser útil discutir quais são suas diretrizes e definir limites claros que se alinhem com as necessidades de ambos. Para fazer isso, é importante que você e a outra pessoa comuniquem honestamente as expectativas e se concentrem em como honrar esses limites pode ajudar a criar um relacionamento que permita que você se sinta seguro.
“Todo mundo tem seu próprio espaço e níveis de conforto quando se trata de limites”, explica ao Psych Central James Preece, autor de “The Five Rules Of Dating In The New Normal (As cinco regras de namoro no novo normal, em tradução livre)”. “É sobre respeito e mostrar a outra pessoa 'eu te amo por quem você é e vou te dar o espaço que você precisa'.”
Os exemplos a seguir se aplicam a parcerias românticas, mas também a relacionamentos frequentemente comunicativos em que há responsabilidade e expectativa de ambos os lados, como parceiros de negócios, pais ou sogros. Em relacionamentos saudáveis, ambas as pessoas: pedem permissão, levam em conta os sentimentos uns dos outros, mostram gratidão, são honestas, dão espaço à autonomia e evitam a codependência, mostram respeito pelas diferenças de opinião, perspectiva e sentimentos, assumem a responsabilidade por suas ações.
Embora seja uma boa ideia estabelecer limites, alguns não funcionam e podem ter um efeito negativo sobre uma das partes ou para ambos os parceiros. Esses tendem a ser fundados no controle quando uma pessoa tenta restringir ou comandar as ações do outro - e há algumas bandeiras vermelhas definitivas a serem observadas. “Qualquer coisa que limite as opções de uma pessoa é um barreira prejudicial à saúde. Pode ser um prazo, a maneira como ela age, até a maneira como se veste. Cruzar essas linhas pode ser perigoso”, explica Preece.
Isso é algo com o qual Jacqui concorda. “Não devemos confundir limites e controle – eles não são a mesma coisa”, diz ela. “Se alguém sente que um parceiro está estabelecendo limites de maneira controladora – ‘esses são meus limites e é isso que você deve fazer’ – então há um problema com a comunicação em torno do estabelecimento de limites”, completa.
Há uma variedade de maneiras diferentes de estabelecer limites. Aqui estão quatro abordagens para você começar:
Comece cedo: é muito mais fácil introduzir limites no início ou no início de um relacionamento, em vez de anos depois - especialmente depois que hábitos e rotinas foram estabelecidos e ambos os parceiros estão mais envolvidos emocionalmente. Mas se for um pouco tarde para essa dica, não se preocupe. Instalar limites em qualquer ponto ainda é melhor do que impor algo um ao outro até desgastar completamente o vínculo.
Conversar é fundamental: não importa o quão estranho você possa se sentir ao falar sobre suas emoções ou trazer assuntos mais complicados, uma discussão de mão dupla é vital na definição de limites. “A comunicação é a chave para os relacionamentos e você precisa ter conversas, mesmo que sejam coisas realmente difíceis de falar, como sexo”, diz Jacqui. Essas discussões não apenas ajudam os dois parceiros a entender a extensão e as regras do limite, mas também fornecem uma oportunidade para explicar por que você valoriza um limite específico. Além disso, uma pesquisa de 2016 sugere que os casais que fazem check-in regularmente e se abrem experimentam maior satisfação geral no relacionamento.
Use 'eu' em suas frases: "Acho que toda comunicação deve começar com 'eu sinto'. Se você começar com declarações superlativas ou acusatórias (como 'você sempre' ou 'você nunca'), então será atingido por uma parede de tijolos de 'isso não é o que eu penso'”, diz Jacqui. “Ninguém quer ser criticado. ou rejeitado”, acrescenta Preece. E quando essas barreiras defensivas surgem, pode ser difícil retomar a conversa. Trate os outros como você gostaria de ser tratado, então procure estabelecer limites com gentileza. Dar exemplos mais específicos também pode ajudar a apoiar seu ponto e fazer com que pareça menos um amplo ataque.
Não há problema em pedir espaço: se você está apenas começando com um parceiro ou já está com ele há algum tempo, é totalmente aceitável desejar - e pedir - algum tempo para si. “Pode ser que você tenha um trabalho muito exigente e precise de meia hora quando chegar em casa e não tenha tempo de conversar. É sobre 'é disso que eu preciso, como podemos fazer isso acontecer?'”, afirma Jacqui. Há uma chance de seu parceiro ver esse pedido como uma forma de rejeição, por isso é importante levar seus sentimentos em consideração e explicar que esse não é o caso. “Fale sobre por que você precisa desse tempo e por que ele é significativo para você”, sugere ela. “Reconheça como a outra pessoa pode se sentir e trabalhe esse sentimento com ela", finaliza a professora.
Fonte: Psych Central
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Cármen Guaresemin
Filha da PUC de SP. Há anos faz matérias sobre saúde, beleza, bem-estar e alimentação. Adora música, cinema e a natureza. Tem o blog Se Meu Pet Falasse, no qual escreve sobre animais, outra grande paixão. @Carmen_Gua
