Pesquisa mostra que essa variedade pode ter potencial terapêutico
Tatiana Pronin Publicado em 07/11/2025, às 10h00
Você costuma consumir arroz preto? Que tal experimentar? Em um estudo recente, pesquisadores revisaram os benefícios à saúde dessa variedade, e os resultados mostram que esse tipo de arroz pode ter potencial terapêutico.
Cerca de metade da população mundial depende do arroz como fonte básica de alimento. Ele é cultivado em mais de 100 países e é base da alimentação em pelo menos 15 países do Pacífico e da Ásia, 10 países do Caribe e da América Latina, um país do Norte da África e sete países da África Subsaariana. Na Ásia, quase dois bilhões de pessoas obtêm de 60 a 70% de sua ingestão calórica diária a partir do arroz.
O estudo, publicado no periódico Frontiers in Nutrition, revela que o arroz preto (também conhecido como arroz negro, selvagem ou roxo), é rico em vitaminas, minerais e antioxidantes, apresentando níveis de antocianinas (tipo de antioxidante que dá cor ao alimento) superiores aos encontrados nos mirtilos.
Veja, abaixo, algumas das vantagens do arroz preto em detalhes, de acordo com a pesquisa:
O arroz preto contém aminoácidos essenciais (como triptofano e lisina), além de quantidades significativas de zinco, selênio e ferro, essenciais para o funcionamento de enzimas antioxidantes. Também possui vitaminas do complexo B, vitamina E e betacaroteno.
A variedade também é riquíssima em antioxidantes que protegem a saúde como um todo, como: quercetina, ácido ferúlico, rutina, ácido siríngico e ácido p-cumárico. Além disso, o farelo do arroz preto é rico em tocoferóis e γ-orizanol.
Composição nutricional
1/4 de xícara (45 gramas) de arroz preto cru fornece:
Calorias: 160
Gorduras: 1,5 gramas
Proteínas: 4 gramas
Carboidratos: 34 gramas
Fibras: 1 grama
Ferro: 6% do Valor Diário (VD)
Os efeitos do arroz preto no controle do diabetes estão ligados à sua capacidade de diminuir a velocidade com que os carboidratos são transformados em açúcar no sangue. Como resultado, aumenta-se menos o nível de açúcar no sangue após as refeições, evitando os picos de glicose, que são comuns em pessoas com diabetes ou pré-diabetes.
O amido resistente do arroz preto potencializa esses efeitos ao melhorar a sensibilidade à insulina e desacelerar a digestão de carboidratos. Estudos em ratos com diabetes mostraram melhora na regulação da glicose após a administração de extratos de arroz preto.
As antocianinas do arroz preto aumentam a excreção fecal de esteróis e inibem a absorção de colesterol, resultando em uma redução de aproximadamente 22% do colesterol LDL (o colesterol “ruim”) em modelos animais.
Frações de antocianinas do farelo de arroz preto protegeram células neuronais contra o estresse oxidativo induzido pela beta-amiloide, proteína associada à doença de Alzheimer.
Um estudo relatou que as antocianinas atenuaram as chamadas tempestades de citocinas causadas pela proteína do SARS-CoV-2 (vírus causador da Covid-19) em modelos de células pulmonares. As citocinas são moléculas que fazem parte do sistema imunológico, mas quando são lançadas em excesso pode colocar o organismo em risco.
As duas principais antocianinas do arroz preto também possuem propriedades antimetastáticas, ou seja, que ajudam a evitar que um câncer se espalhe.
Os autores destacam que são necessários mais estudos de longa duração sobre os potenciais do arroz preto à saúde, bem como para melhorar questões ligadas ao cultivo do alimento.
De qualquer forma, eles acreditam que o arroz preto seja um ingrediente promissor para a indústria alimentícia, podendo ser usado em bebidas, snacks funcionais e sem glúten, produtos de panificação e corantes naturais.
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