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Ansiedade pode virar depressão?

A ansiedade pode se manifestar de diferentes maneiras e afetar a qualidade de vida - iStock
A ansiedade pode se manifestar de diferentes maneiras e afetar a qualidade de vida - iStock

Jairo Bouer participou de uma live com a cantora e tiktoker Ariah para debater e tirar dúvidas sobre saúde mental. Durante o bate-papo, um internauta perguntou se é possível um quadro de ansiedade virar depressão. Segundo o psiquiatra, uma pessoa pode enfrentar as duas situações:

Na verdade, as duas coisas podem acontecer juntas. Excesso de ansiedade pode levar a um quadro de depressão, e excesso de depressão também pode resultar em um quadro de ansiedade”. 

Sintomas mais comuns da ansiedade

O corpo reage de forma muito específica aos sintomas de ansiedade:o organismo fica em alerta máximo, procurando por possíveis perigos e ativando suas respostas de luta ou fuga. Como resultado, alguns sintomas comuns incluem:

  • Irritabilidade, inquietação ou tensão;
  • Sentimentos de perigo, pânico ou pavor;
  • Frequência cardíaca elevada;
  • Respiração rápida;
  • Aumento do suor;
  • Tremedeira ou contração muscular;
  • Fraqueza;
  • Dificuldade de se concentrar ou de pensar claramente sobre outra coisa;
  • Insônia;
  • Problemas digestivos e gastrointestinais, como flatulências, prisão de ventre ou diarreia.

E da depressão

Os sintomas mais comuns da depressão são a tristeza e a falta de prazer em viver (coisas que antes eram legais deixam de ser). Mas outros sinais podem aparecer e, inclusive, podem ser os únicos presentes, caracterizando um quadro conhecido como “depressão atípica”. Veja só alguns exemplos:

  • Compras por impulso: compra tudo o que vê pela frente para tentar melhorar a autoestima ou buscar alguma forma de distração;
  • Exageros no consumo de álcool;
  • Esquecimento e dificuldade de concentração;
  • Uso de algo de maneira compulsiva, como internet ou comida;
  • Comportamentos de risco: dirigir em alta velocidade, beber e guiar ou fazer sexo sem proteção;
  • Dores crônicas, principalmente nas costas;
  • Tabagismo;
  • Falta de autocuidado;
  • Falta de apetite;
  • Alteração no sono.
Os quadros são um pouco diferentes, mas eles podem estar juntos, e um pode levar ao outro também”, explicou Jairo.

Cuide da sua saúde mental!

Ao longo da vida, nos deparamos com diversas emoções: alegria, tristeza, angústia, medo, ansiedade, raiva, frustração, entre tantas outras. Isso é algo totalmente natural e, até mesmo, saudável. Porém, a forma como lidamos com elas é o que determina como está a qualidade da nossa saúde mental.

Ter uma saúde mental “em dia” envolve a capacidade de sentir bem-estar, de manejar conflitos e sentimentos ruins, de reconhecer limites e de se relacionar. Conheça algumas dicas importantes para você cuidar bem da sua e lembre-se: se precisar, não tenha vergonha de pedir ajuda!

1. Faça coisas boas para o seu corpo e para a sua mente 

Corpo e mente estão conectados. Por isso, é importante mantê-los saudáveis. Veja como: 

  • Mantenha-se uma pessoa ativa: ser fisicamente ativa é bom para o corpo e também para a mente. Seja uma caminhada ao ar livre, um passeio de bicicleta, dançar, se alongar ou qualquer outro tipo de atividade, o importante é encontrar algo que funcione para você;
  • Coma bem: tente fazer escolhas saudáveis na hora das refeições; 
  • Preste atenção em você e no mundo ao redor: tenha atenção à respiração, aos sinais do corpo e a tudo o que acontece à sua volta; 
  • Durma bem: tente obter um sono de qualidade todas as noites, isso vai ajudar a ficar saudável e a manter pensamentos claros;
  • Encontre coisas que te façam feliz: cante, ouça sua música favorita, leia, jogue, converse com os amigos, plante uma árvore, cozinhe, desenhe… existe um universo de possibilidades. Talvez, tentar algo novo também seja uma ótima opção.  

2. Mantenha a conexão com entes queridos 

Mantenha contato com família e amigos, seja através das redes sociais, e-mail, telefone ou, até mesmo, de cartas. Caso se conectar não seja possível, pense em uma memória que vocês compartilharam juntos. 

Confira:

3. Reconheça e acolha seus sentimentos 

Entender como você se sente é muito importante. Não ignore os seus sentimentos e escreva-os para compreendê-los melhor. Tudo bem sentir o que você está sentido. Além disso, pressionar-se para sempre “estar feliz” ou produzindo pode fazer com que você se sinta pior. Tente acolher seus sentimentos falando para si frases como: "são tempos difíceis, é normal sentir chateação”. 

4. Tente usar a respiração para se acalmar

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Descubra, aqui, por que a atividade física é uma aliada da saúde mental 

A respiração lenta é uma das maneiras mais eficazes de acalmar o corpo quando experimentamos sentimentos como medo, ansiedade, preocupação ou raiva. Feche os olhos, pense em um lugar calmo e siga as seguintes instruções: 

  • Concentre-se na respiração lentamente;
  • Inspire em uma contagem lenta até três e expire lentamente também contando até três;
  • Pratique isso por alguns minutos.

5. Fale com alguém de sua confiança 

Nem sempre é fácil lidar com estresse, preocupação ou tristeza sem ajuda. Por isso, conecte-se com qualquer pessoa em quem você confie para dizer sobre como está se sentindo. Muitas vezes, compartilhar os sentimentos já faz uma pessoa se sentir melhor. 

Se as coisas estão muito difíceis e provocando pensamentos sobre se machucar ou que a vida não vale mais a pena, o melhor é procurar a ajuda de profissionais de saúde mental. Esses pensamentos não são incomuns e você não deve sentir vergonha se os estiver. 

Caso você precise ou conheça alguém que precise de ajuda, o telefone do Centro de Valorização da Vida (CVV) é 188 e funciona 24 horas para escutar, aconselhar e orientar as pessoas em momentos de grande angústia e pensamentos negativistas e de suicídio.

Clique AQUI para saber mais onde buscar ajuda.

Milena Alvarez

Milena Alvarez

Caiçara e jornalista de saúde há quatro anos. Tem interesse por assuntos relacionados a comportamento, saúde mental, saúde da mulher e maternidade. @milenaralvarez