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Há risco de gravidez sem penetração ou ejaculação?

Se não houve penetração e o garoto não ejaculou, será que há risco? - iStock
Se não houve penetração e o garoto não ejaculou, será que há risco? - iStock

Redação Publicado em 23/01/2023, às 09h00

Doutor, só o pênis encostando rapidamente no clitóris, sem ejaculação, sem penetração, tem risco de gravidez?  

O risco de gravidez existe quando acontece uma penetração, ou quando há ejaculação dentro da vagina, sem proteção, ou seja: sem pílula anticoncepcional ou sem camisinha.

Existe risco de gravidez, também, se o garoto ejacular e introduzir os dedos sujos de sêmen logo em seguida dentro do canal vaginal. Nesse caso, ele estaria praticamente levando os espermatozoides para dentro da vagina, quase como numa inseminação artificial.

Se não houve ejaculação e o pênis apenas encostou na vulva, ou no clitóris, não há risco de gravidez.

Camisinha também protege contra ISTs

As ISTs ou infecções sexualmente transmissíveis são condições causadas por vírus, bactérias ou outros micro-organismos e transmitidas, especialmente, através do contato sexual com outra pessoa infectada sem o uso de preservativo. 

Entre as ISTs mais conhecidas estão: sífilis, gonorreia, candidíase, tricomoníase, HPV (Papilomavírus Humano) e o HIV (vírus da imunodeficiência humana). Veja alguns fatos importantes sobre o uso de camisinha e essas infecções:

1. Devo usar proteção no sexo oral?

Muitas pessoas não consideram o sexo oral como “fazer sexo” e podem ficar despreocupadas em usar proteção durante essa prática. Porém, várias ISTs têm potencial para serem transmitidas através do sexo oral, incluindo: gonorreia, clamídia, sífilis, herpes e HPV. 

Assim, o sexo oral não é uma atividade totalmente livre de riscos e, por isso, é importante comunicar sobre o seu estado de saúde e utilizar os tipos de proteção disponíveis (preservativo feminino ou masculino) na hora da prática.

2. Mesmo com preservativo há risco?

Embora os preservativos sejam uma das melhores ferramentas para proteger contra ISTs, usá-los consistentemente não garante o fim dos riscos. Herpes e HPV, às vezes, estão presentes no corpo em lugares que não são cobertos por preservativos, o que significa que ainda podem ser transmitidos durante o sexo protegido. 

As pessoas também cometem muitos erros na hora de usar o preservativo, que acabam minando seus benefícios de proteção, como esperar até depois de começar a fazer sexo para colocar preservativo, ou tirar antes de terminar a relação. Muitas, ainda, colocam os preservativos incorretamente e não inspecionam a embalagem e a data de validade, aumentando a probabilidade de falha do preservativo e de transmissão de doenças.

O que fazer, então? 

O fato de as ISTs existirem não é uma razão para evitar ou ter medo da atividade sexual, mas sim para seguir os cuidados indicados e ir ao médico (ginecologista, no caso das garotas/mulheres, e urologista, no caso dos garotos/homens) com regularidade.

Atualmente, temos ferramentas eficazes disponíveis para preveni-las. Além disso, muitas são curáveis, como sífilis, gonorreia, clamídia, sem contar com as diversas (e eficazes) ferramentas para gerenciar as incuráveis.