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Medicamento sob demanda é opção para ejaculação precoce

A ejaculação precoce afeta cerca de 30% da população masculina - iStock
A ejaculação precoce afeta cerca de 30% da população masculina - iStock

A ejaculação precoce é um dos problemas sexuais mais frequentes entre os homens e afeta cerca de 30% da população masculina, principalmente jovens. Para essas pessoas, o tempo entre a penetração e a ejaculação pode chegar a menos de um minuto.

A ansiedade costuma ser o grande deflagrador da ejaculação precoce. Em muitos casos, com o passar da idade, aumento da experiência e intimidade com a parceria, a disfunção pode melhorar sozinha. Quando isso não acontece, médico e paciente podem discutir o uso de medicamentos. Uma opção é o uso de determinados antidepressivos de uso contínuo que agem na serotonina, aumentando o limiar da excitação e, ainda, ajudando na ansiedade.

Tratamento sob demanda

Outra alternativa para quem sofre com o problema é o uso de um antidepressivo sob demanda, o cloridrato de dapoxetina. Ou seja: em vez de tomar remédio todos os dias, a pessoa usa o fármaco apenas quando vai ter relações, de uma a três horas antes do sexo. Apesar de o princípio ativo já ser usado há bastante tempo, o Prosoy é o primeiro fármaco com indicação em bula específica para ejaculação precoce, e foi aprovado recentemente pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). 

Segundo o urologista Fernando Facio, presidente da Latin American Society for Sexual Medicine (Slams) e membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), uma das vantagens do uso sob demanda, além da praticidade, é que há menos efeitos adversos, como a sonolência, comum a quem usa antidepressivos todos os dias.

Quem utiliza antidepressivos de uso contínuo, para controle da depressão ou ansiedade, porém, não pode utilizar a dapoxetina sob demanda. “Também deve ser evitado o excesso de álcool, para não ter um ação cruzada”, acrescenta o médico.

A prescrição do medicamento deve ser feita pelo urologista e há duas dosagens disponíveis: de 30 e 60 mg. Segundo Facio, o tratamento sob demanda foi extremamente eficaz, nos estudos clínicos, na comparação com o placebo (pílula sem princípio ativo). Um dos efeitos colaterais possíveis é a hipotensão postural (queda de pressão quando a pessoa se levanta rápido), principalmente em pacientes que tomam medicamentos para hiperplasia prostática benigna (aumento da próstata).

Suporte psicológico também é importante

Além do tratamento farmacológico, associar uma orientação psicológica, principalmente de um terapeuta sexual, pode trazer resultados ainda melhores. “Enquanto o paciente não tiver um controle da sua ejaculação, trabalhando também a parte emocional para que ele possa controlar a ansiedade e fazer com que, no  seu relacionamento, ele tenha uma atividade sexual em total sincronia com a sua parceria, ele vai precisar fazer seguir fazendo uso da medicação”, comenta o urologista.

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Tatiana Pronin

Tatiana Pronin

Jornalista e editora do site Doutor Jairo, cobre ciência e saúde há mais de 20 anos, com forte interesse em saúde mental e ciências do comportamento. Vive em NY e é membro da Association of Health Care Journalists. Twitter: @tatianapronin