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Grupo de psicoterapia busca mulheres homossexuais 50+

O grupo será um lugar onde essas mulheres possar ser entendidas e acolhidas - iStock
O grupo será um lugar onde essas mulheres possar ser entendidas e acolhidas - iStock

O IPq (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) busca homossexuais femininas a partir de 50 anos, que apresentem sintomas depressivos leves e tenham interesse em participar de psicoterapia em grupo (presencial).

O objetivo do Ambulatório de Psicoterapia do Laboratório de Neurociências do IPq é abordar questões como relacionamentos afetivos, familiares e profissionais, preconceito e amadurecimento. 

Ressignificar histórias de vida

“Esse grupo tem como foco principal ser um lugar onde essas mulheres possam ser entendidas, acolhidas e, acima de tudo, que possam dar uma ressignificação para suas histórias de vida, para poder seguir com seus amores, afetos e escolhas, e começar a dar novas formas de entender seu passado e tirar para fora coisas que não lhes fazem bem”, descreve a psicóloga Dorli Kamkhagi, uma das coordenadoras do grupo.

“A psicoterapia de grupo é um fórum no qual as questões podem ser muito mais ampliadas, porque as pessoas falam e podem ser ouvidas, diferente da psicoterapia individual, que é importantíssima”, acrescenta.

Preconceito gera adoecimento

Com mais de 25 anos de trabalho com questões relativas ao envelhecimento, a psicóloga conta que há bastante tempo ela e sua equipe têm se interessado nas questões dos homossexuais, que não tinham muita representatividade em grupos de psicoterapia.

A gente fez vários grupos e foi importante entender como essas pessoas adoeciam de solidão, e como viam o futuro de forma triste e dramática por não ter filhos, ou pela família não os terem aceito”, relata.

Segundo Dorli, sua experiência clínica mostra como foi difícil para essas mulheres "saírem do armário", e o quanto essas pessoas estão vulneráveis a doenças físicas, psíquicas e emocionais por causa do preconceito que enfrentam num país que se diz aberto e moderno, mas não é.

Serão 20 sessões (gratuitas), às quintas-feiras, das 9h às 10h30, no IPq (Rua Dr. Ovídio Pires de Campos, 785 - próximo ao Metrô Clínicas ou Oscar Freire, em São Paulo).

Inscrições e informações pelo e-mail: [email protected]

Tatiana Pronin

Tatiana Pronin

Jornalista e editora do site Doutor Jairo, cobre ciência e saúde há mais de 20 anos, com forte interesse em saúde mental e ciências do comportamento. Vive em NY e é membro da Association of Health Care Journalists. Twitter: @tatianapronin