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Fica triste no Natal? Saiba como lidar melhor com a emoção

Para quem perdeu um ente querido, a dor e a saudade podem vir à tona nestes dias - iStock
Para quem perdeu um ente querido, a dor e a saudade podem vir à tona nestes dias - iStock

As festas de fim de anos são momentos em que todos se sentem pressionados a se divertir e aproveitar o tempo com suas famílias ou amigos. Mas para um grande número de pessoas, é uma época difícil. 

Encontrar os parentes pode trazer muita alegria, mas também pode trazer conflitos antigos. E para quem perdeu um ente querido, a dor do luto e a saudade podem vir à tona com tudo, junto com as memórias dos anos anteriores. 

Evitar emoções é algo impossível de ser feito. Mas algumas atitudes podem ajudar você a lidar melhor com a melancolia ou a irritação durante esse período: 

1. Pratique a aceitação

Seus sentimentos são válidos e você deve se permitir senti-los, mesmo que a pressão seja para esquecer e se divertir. Prestar atenção nas próprias emoções e não sentir vergonha delas é algo que pode ajudar num momento como esse. Achar que você não deve se sentir assim ou assado só vai piorar as coisas. Mas lembre-se, também, que as emoções negativas vêm e vão, e que a tristeza ou a raiva não vão ficar para sempre. 

2. Reserve tempo para o que dá prazer

Fazer compras, preparar ceia, arrumar as coisas para viajar e tantos outros compromissos podem ser estressantes. Mas é preciso dar prioridade a si mesmo, também, e às coisas que nos dão prazer. Isso inclui assistir a algum filme ou seriado, dar atenção para as pessoas que você ama ou sair para caminhar ou correr. 

3. Não negligencie necessidades básicas

Na correria festiva, é fácil negligenciar suas necessidades básicas. Isso pode ter um impacto significativo e tornar emoções difíceis ainda mais pesadas. Por isso não deixe de dormir o necessário, tomar muita água, fazer refeições equilibradas e respirar fundo. É preciso tomar muito cuidado, ainda, com a tendência a exagerar na bebida alcoólica. Ainda que a curto prazo o álcool traga relaxamento ou euforia, quem está triste pode se sentir ainda pior depois de duas ou mais doses. 

4. Planeje-se para as dificuldades

Se você está temendo as emoções que o dia pode trazer, pode ser útil ter um plano. Por exemplo, se você já está esperando alguém fazer um comentário que você não quer ouvir, planeje sua resposta. Se você já sabe que certas brigas são inevitáveis nas refeições em família, já pense em algo que você pode fazer para não se deixar estressar. 

5. Crie novas tradições

Quando há uma separação na família ou você está lidando com uma perda, o Natal pode ser muito doloroso. Nesse caso, vale a pena pensar em uma nova forma de celebração, ou tentar passar o dia com pessoas diferentes ou até fazer algum trabalho voluntário, para distrair os pensamentos e trazer um novo sentido para as Festas. 

6. Seja honesto(a) com os outros

Você pode se surpreender com a quantidade de outras pessoas que também acham difícil celebrar as Festas. Isso pode até ser uma forma de aumentar sua conexão com os outros (inclusive com quem está trabalhando nas datas comemorativas), diminuir a tensão e a pressão para se sentir melhor a qualquer custo. Lembre-se que ninguém é perfeito, e todo mundo falha de vez em quando. 

7. Peça ajuda se precisar

Se você precisar de ajuda prática, ou mesmo psicológica, não tenha vergonha de pedir. Saiba que existem serviços de suporte, como o CVV.org.br, que mantêm pessoas de plantão nessa época do ano, bem como os serviços de saúde em geral. Amigos também podem ficar felizes em poder ajudar. 

8. Tome cuidado com as redes sociais

Navegar nas plataformas para mandar Boas Festas para as pessoas que você ama é inevitável, mas muita gente também sofre ao se comparar com os outros. Isso pode ser uma armadilha para deflagrar emoções negativas. Por isso, o ideal é passar o menos tempo possível na internet e aproveitar melhor o momento presente. 

Tatiana Pronin

Tatiana Pronin

Jornalista e editora do site Doutor Jairo, cobre ciência e saúde há mais de 20 anos, com forte interesse em saúde mental e ciências do comportamento. Vive em NY e é membro da Association of Health Care Journalists. Twitter: @tatianapronin