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Estudo revela que obesidade pode agravar casos de doença de Alzheimer

Segundo a OMS, 2,3 bilhões de pessoas no mundo sofrem com sobrepeso ou obesidade - iStock
Segundo a OMS, 2,3 bilhões de pessoas no mundo sofrem com sobrepeso ou obesidade - iStock

Redação Publicado em 02/02/2021, às 12h00

A obesidade é uma carga adicional para saúde cerebral e pode agravar casos da doença de Alzheimer,  diz uma pesquisa realizada pela Universidade de Sheffield e publicada no The Journal of Alzheimer 's Disease Reports

O estudo realizado com 172 pessoas, entre pacientes diagnosticados com Alzheimer e indivíduos cognitivamente saudáveis, revelou que o excesso de peso pode contribuir para a vulnerabilidade do tecido neural. Em contrapartida, manter um peso saudável no estágio leve da doença pode ajudar a preservar a estrutura do cérebro. 

A professora Annalena Venneri, do Instituto de Neurociências da Universidade de Sheffield, do NiHR Sheffield Biomedical Research Centre e a principal autora da pesquisa, ressalta que o estudo não mostra a obesidade como causa do Alzheimer, mas como uma sobrecarga à saúde cerebral com capacidade de agravar a doença.

“Precisamos começar a pensar na saúde do cérebro e na prevenção dessas doenças muito antes. Educar crianças e adolescentes sobre o impacto que o excesso de peso tem sobre inúmeras doenças, incluindo as degenerativas, é vital”, completa. 

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Importância da nutrição

Acredita-se que mais de 50 milhões de pessoas vivem com Alzheimer em todo o mundo e a prevenção é tão importante quanto o combate. As doenças que causam demência mantêm-se em segundo plano por muito tempo, e esperar até os 60 anos para perder peso pode ser tarde demais. 

Os pesquisadores destacam a importância de relacionar a alimentação saudável com a preservação do cérebro “Descobrimos que manter o peso adequado pode ajudar a preservar a estrutura cerebral em pessoas que já estão experimentando quadro de demência leve da doença de Alzheimer”, comenta um dos autores, Matteo De Marco, do Instituto de Neurociências da Universidade de Sheffield.  

O estudo 

Pesquisadores da Universidade de Sheffield, em conjunto com a Universidade da Finlândia Oriental, realizaram exames cerebrais de ressonância magnética em 47 pacientes clinicamente diagnosticados com demência leve da doença de Alzheimer, 68 com prejuízo cognitivo leve e 57 pessoas cognitivamente saudáveis. 

Os resultados foram obtidos através da análise de imagens cerebrais e comparação entre diferentes fatores, entre eles as múltiplas imagens cerebrais, diferenças na concentração de tecidos para avaliar o volume de matéria cinzenta (que se degenera com o início do Alzheimer), o fluxo sanguíneo cerebral, a integridade da matéria branca (responsável por transmitir a informação para todo sistema nervoso central) e a obesidade.  

Resultados 

Os neurocientistas encontraram uma associação entre obesidade e volume da matéria cinzenta em pacientes com demência leve. Ou seja, o excesso de peso pode contribuir para a vulnerabilidade dos neurônios de indivíduos cognitivamente saudáveis (ou seja, sem problemas de memória e raciocínio) e em pacientes com prejuízo cognitivo leve. 

A pesquisa também descobriu que manter um peso saudável  ajudaria pacientes no início do Alzheimer a preservar a estrutura cerebral com o passar da idade, além da perda de peso relacionada à doença: “ A perda de peso é um dos primeiros sintomas no estágio inicial, muitas pessoas esquecem de comer ou optam por alimentos práticos e industrializados, ao invés de realizar refeições mais nutritivas”, explica Matteo De Marco. 

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