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Gaming disorder: quando jogos eletrônicos prejudicam a saúde

Para ser considerado "game disorder", o ato de jogar deve interferir em outras áreas da vida - iStock
Para ser considerado "game disorder", o ato de jogar deve interferir em outras áreas da vida - iStock

Redação Publicado em 12/05/2022, às 16h00

Não é incomum encontrar por aí pessoas que passam horas e mais horas conectadas em frente a computadores e a celulares dedicadas a jogos eletrônicos. Mas quando isso pode se tornar um problema de saúde?

Gaming disorder”, ou Transtorno dos Jogos Eletrônicos, é definido como um padrão de dependência que afeta pessoas que ficam muito tempo on-line, principalmente jogando.

Desde janeiro de 2022, a condição passou a ser classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma nova categoria de diagnóstico na 11ª edição do documento International Classification of Diseases – conhecido em português como Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde ou pela sigla CID11

O que isso significa?

Jogar jogos eletrônicos em demasia é um fenômeno cada vez mais comum, principalmente entre os mais jovens, mas isso não significa que a pessoa necessariamente seja portadora do transtorno.

Confira:

Para fechar esse diagnóstico, o indivíduo precisa enfrentar a questão do jogo excessivo por, pelo menos, 12 meses, além do padrão de uso de jogo estar interferindo em outras áreas da vida, como em qualquer outra dependência: prejuízos no trabalho, na escola, na alimentação, no sono, nas relações sociais e afetivas e na qualidade de vida. Ou seja, a pessoa deixa de fazer outras coisas por causa do jogo. 

Quando não joga, a pessoa pode apresentar alteração de comportamento devido à abstinência, podendo sentir-se mal, ansiosa, tensa, mal humorada e agressiva, por exemplo. 

São esses sinais que indicam um quadro de dependência, de exagero e de descontrole do impulso, que resulta em uma pessoa jogando mais do que deveria. Nesses casos específicos, o indivíduo pode precisar de acompanhamento, de avaliação médica e, até mesmo, de tratamento. 

Moderação tem benefícios 

Para aquelas pessoas que fazem uso dos jogos de forma moderada, jogar pode trazer benefícios, muitos deles discutidos por especialistas. Alguns exemplos são:

  • Maior sensibilidade visual;
  • Maior atenção espacial;
  • Atenção mais flutuante, ou seja, a pessoa consegue fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo; 
  • Dispõe de certa proteção cognitiva.

Se você acha que está “perdendo a mão” ou exagerando no tempo de jogar, talvez seja uma boa ideia procurar a avaliação de um especialista. Caso contrário, continue jogando moderadamente e não deixe que o jogo interfira em outras áreas da vida.  

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