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Como falar sobre HIV com filhos, amigos e parceiros?

O HIV é um vírus como qualquer outro, e esta pandemia continua ativa, apesar de todos os avanços - iStock
O HIV é um vírus como qualquer outro, e esta pandemia continua ativa, apesar de todos os avanços - iStock

A pandemia de HIV já existe há 40 anos, e ainda é um imperativo que as pessoas entendam que esse é um vírus como outro qualquer. Sem diagnóstico e tratamento, ele pode levar à morte, apesar de todos os avanços obtidos nos últimos anos.

Houve estabilização e até um pequeno declínio, mas ainda são cerca de 30 mil os novos casos de Aids diagnosticados por ano no Brasil. São cerca de 50 mil novas infecções pelo HIV por ano no país. Isso significa que esta é uma pandemia ainda ativa, apesar de concentrada mais em certas camadas da população.

“É importante que a gente entenda o preconceito que existe dentro da gente, perceba o preconceito nas outras pessoas, e trabalhe ativamente para combatê-lo”, expicou Jairo Bouer em uma live realizada na última semana, em função do Dia Mundial de Luta Contra a Aids (1º).

Por medo, por preconceito e por vergonha, as pessoas deixam de ir ao médico para pedir o teste de HIV, pois têm medo de como vão ser avaliadas ou julgadas. Isso é ainda mais forte para as minorias, para as populações mais vulneráveis do ponto de vista social, econômico ou até emocional.”

Essa resistência faz com que as pessoas demorem mais para receber um eventual diagnóstico e se tratar, o que é ruim para a saúde individual e também para a prevenção do HIV como um todo. Lembre-se: pessoas tratadas, e que fazem o controle, podem ficar com o vírus indetectável, e, assim, deixam de transmitir o HIV.

Segundo a Unaids (braço das Nações Unidas para prevenção da Aids), se 90% das pessoas que vivem com o HIV fossem testadas; se 90% delas seguissem o tratamento e, desse total, 90% se tornassem indetectáveis, em pouco mais de 10 anos não haveria mais transmissão do HIV. É o que os especialistas chamam de “estratégia 90-90-90”.

Em outras palavras, se a gente conseguir combater o preconceito, vai ser possível fazer com que as pessoas que vivem com o vírus vivam melhor e que o HIV deixe de se propagar.

Por tudo isso, é muito importante falar não só de HIV, mas de sexualidade, com as pessoas nas escolas, em casa, com amigos e com os médicos:

“Não é um bicho de sete cabeças, é um assunto que faz parte da vida de todos, e se a gente conseguir naturalizar essa discussão a gente reduz preconceito e facilita a vida de todo mundo.

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Tatiana Pronin

Tatiana Pronin

Jornalista e editora do site Doutor Jairo, cobre ciência e saúde há mais de 20 anos, com forte interesse em saúde mental e ciências do comportamento. Vive em NY e é membro da Association of Health Care Journalists. Twitter: @tatianapronin