Doutor Jairo
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Afinal de contas, ejaculação feminina existe ou não?

O fenômeno seria incomum, e presente apenas quando o prazer é mais intenso - iStock
O fenômeno seria incomum, e presente apenas quando o prazer é mais intenso - iStock

Hoje o tema é um pouco mais polêmico: afinal de contas, ejaculação feminina existe ou não?

Vou colocar aqui as duas linhas de raciocínio e você tira suas próprias conclusões a partir de experiências e vivências pessoais.

A primeira linha defende que sim, ejaculação feminina existe mesmo, embora seja um fenômeno incomum. Os números variam muito, mas de 1 a 10% das mulheres já teriam vivido essa experiência, que não acontece sempre, só em relações sexuais em que o prazer é mais intenso.

Dessa forma, no momento do orgasmo, a contração da musculatura pélvica expulsaria líquidos produzidos pelas glândulas na região da uretra, que sairiam sob pressão, como um “esguicho” (daí o termo "squirting", em inglês). Quem já viveu a situação, muitas vezes conta que até se assustou.

Qual seria a composição desse líquido? 

A composição desse líquido, claro e sem cheiro, seria diferente da lubrificação natural da vagina.

Para quem defende que não existe tal fenômeno, a suposta ejaculação feminina não seria nada mais do que um jato de urina que escaparia da uretra no momento do orgasmo, ou da penetração, pela pressão exercida sobre a bexiga.

O que é mais importante nessa história

Mais importante do que saber se existe ou não, se você já teve ou ainda vai ter, é não se sentir obrigada a alcançar esse objetivo, como se ele representasse uma recompensa especial na hora do sexo. Isso só traz uma pressão desnecessária que pode até interferir na libido, no prazer e no orgasmo.

Da mesma forma, se isso acontecer com você, não se sinta embaraçada ou envergonhada. Entenda o processo como parte de uma resposta sexual saudável e prazerosa.

O mais legal é que você possa curtir sua experiência íntima com seu parceiro ou sua parceira, criar laços de proximidade e ficar mais confortável, segura e à vontade para poder curtir o sexo.

Este conteúdo é uma parceria com KY

Dr. Jairo Bouer

Dr. Jairo Bouer

Médico psiquiatra com formação na Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), biólogo pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), e mestre em evolução humana e comportamento pela University College London, além de palestrante e escritor. Twitter: @JairoBouerDr