Redação Publicado em 09/03/2023, às 16h00
Mulheres que acreditam que um encontro sexual com um parceiro masculino será curto tendem a buscar menos o próprio orgasmo do que aquelas que acreditam ter mais tempo. É o que mostra um estudo norte-americano que acaba de ser publicado. E mais: o mesmo acontece quando a mulher acredita que seu parceiro prioriza mais o próprio prazer.
De acordo com os pesquisadores, as mulheres ajustam seu esforço para obter um orgasmo em cada relação sexual de acordo com as expectativas sobre a relação e o parceiro. E isso provavelmente interfere nas chances de chegarem "lá" ou não, é claro.
Se elas percebem que o cara com quem estão na cama é um tipo mais egoísta, que não liga muito para o prazer da parceira, é possível que nem se esforçam muito para gozar, pois sabem que o ambiente não é favorável. Pelo menos essa é a conclusão da equipe do departamento de psicologia da Universidade Rutgers.
“Sabemos que existem fatores contextuais, sociais e pessoais que provavelmente criam barreiras que impedem as mulheres de se sentirem capazes de buscar ativamente o orgasmo”, explica Grace Wetzel, estudante de doutorado em psicologia social que participou do trabalho.
Em uma série de experimentos, mulheres cisgênero e heterossexuais foram convidadas a se imaginar em situações sexuais variadas. Em alguns casos, o encontro sexual seria curto, de apenas 20 minutos. Em outros, durariam algumas horas. As características do parceiro também mudavam, e alguns casos eles eram mais egoístas, enquanto em outros, mais focados no prazer de suas parceiras.
Depois de ler sobre cada situação, cada mulher tinha que relatar sua probabilidade de chegar ao orgasmo e a intensidade do prazer que consideravam mais viável para cada cenário. Ao analisar as respostas, os pesquisadores concluíram que as mulheres tendem a fazer mais esforço para chegar no ápice do prazer quando acreditam que o ambiente é mais favorável para elas.
No artigo com os resultados, publicado no The Journal of Sex Research, os autores esclarecem que o orgasmo nem sempre é o objetivo principal de uma relação sexual, nem o único caminho para uma experiência sexual satisfatória.
Mas eles reforçam que estudos desse tipo são importantes para tentar reduzir uma diferença importante entre homens e mulheres: eles tendem a ter orgasmos com frequência bem maior que elas em relacionamentos heterossexuais.
Como explica Wetzel, reduzir essa lacuna é uma questão urgente de igualdade de gênero. E o que o estudo atual sugere é que, para isso, as mulheres devem perseguir o orgasmo da mesma forma que perseguem outros objetivos. Esperar cair do céu, infelizmente, não resolve.
Para os homens, o conselho dos autores é tentar criar um ambiente mais favorável ao prazer feminino, como a estimulação do clitóris e uma boa comunicação com a parceira durante a transa.
Outra sugestão é que eles deixem claro que o prazer delas é sua prioridade, mas com jeitinho, para que elas não se sintam pressionadas a terem um orgasmo.
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