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Dor e sangue na urina após relação desprotegida: o que pode ser?

Dores e presença de sangue na urina podem sinalizar uma infecção - iStock
Dores e presença de sangue na urina podem sinalizar uma infecção - iStock

Redação Publicado em 29/01/2023, às 16h00

Cólica, dor no pé da barriga e um pouco de sangue na urina depois de ter feito sexo sem camisinha: o que pode ser?

Esses sintomas que você descreve podem sinalizar, por exemplo, uma infecção urinária. Em alguns casos, quem tem uma infecção nas vias urinárias também podem apresentar febre, embora nem sempre esse sintoma está presente.

Pode ser, ainda, que você esteja com algum corrimento por causa do sexo sem proteção, e isso pode ocorrer junto com uma infecção urinária.

Outra possibilidade que pode gerar cólicas, dores e sangue na urina é a presença de cálculos renais, as famosas “pedras nos rins”, embora, nesse caso, não haveria por que os sintomas aparecerem após uma relação desprotegida.

Minha recomendação é que você procure o ginecologista, faça um bom exame e, se necessário, tome os medicamentos indicados para voltar a ficar bem.

Dicas para evitar infecções urinárias de repetição

Infecção urinária é uma condição bastante comum entre as mulheres, por uma questão anatômica. Felizmente, há recomendações para ajudar a prevenir o problema:

1. Fazer xixi frequentemente

A principal causa de uma infecção do trato urinário é quando uma bactéria chega à região através da uretra. Portanto, uma forma de reduzir o risco de uma ITU é garantir que você esteja urinando em tempo hábil. Basicamente, quando seu corpo lhe der sinais de que é hora de ir, vá, não espere.

2. Beber muita água

Manter a hidratação oferece um golpe duplo contra potenciais infecções do trato urinário. Encher a bexiga não apenas ajuda a urinar com mais frequência, mas também dilui a urina – um benefício adicional para manter as bactérias sob controle. Se estiver com uma boa hidratação e vai ao banheiro regularmente, isso nunca dá a bactéria a oportunidade de crescer, se proliferar e causar a infecção.

Um estudo de 2018 publicado no JAMA Internal Medicine confirma isso: ao tentar descobrir como prevenir infecções do trato urinário, os pesquisadores analisaram mulheres que tinham infecções recorrentes na bexiga. Eles descobriram que as que aumentaram sua ingestão de líquidos em 1,5 litro adicional de água por dia durante um ano desenvolveram significativamente menos ITUs do que aquelas que não alteraram o consumo de água.

Embora o estudo não tenha concluído exatamente sobre a quantidade de água necessária para prevenir uma infecção do trato urinário, o Escritório de Saúde da Mulher (Office on Women's Health) dos Estados Unidos recomenda beber de seis a oito copos de líquidos por dia, então se você tem tendência a desenvolver infecção do trato urinário, pode ser uma boa ideia manter a garrafa favorita de água por perto.

3. Limpe de frente para trás

As mulheres são ensinadas a se limpar da frente para trás na infância por um motivo: é porque a principal bactéria que causa a infecção do trato urinário – Escherichia coli (E. coli) – se espalha ao redor do ânus. Normalmente não causa danos lá atrás, mas quando é acidentalmente empurrada para a frente (digamos, em um pedaço de papel higiênico), pode subir pela uretra e criar uma infecção completa na bexiga.

Limpar da frente para trás é absolutamente importante para prevenir infecções do trato urinário, enfatizam especialistas. O mantra também é importante para se lembrar quando você estiver trocando fraldas, para ajudar a prevenir uma infecção do trato urinário em crianças, ou de qualquer pessoa que você tenha a tarefa de cuidar.

4. Fazer xixi antes e depois do sexo

Fazer sexo aumenta fortemente o risco de infecção do trato urinário entre pessoas com vagina. Todas aquelas investidas, às vezes, movem acidentalmente bactérias para dentro da uretra. Além disso, como a uretra das mulheres é muito mais curta do que a dos homens, as bactérias praticamente têm um atalho para o trato urinário, o que explica por que elas têm infecções do trato urinário 50 vezes mais frequentes do que os homens. A doença afeta cerca de 80% das mulheres brasileiras e a estimativa é de que no verão os problemas urinários cresçam cerca de 30%.