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A camisinha saiu, mas não gozei; precisa tomar pílula do dia seguinte?

A pílula do dia seguinte deve ser usada em até 72h após a relação sexual - iStock
A pílula do dia seguinte deve ser usada em até 72h após a relação sexual - iStock

Redação Publicado em 08/10/2022, às 10h00

“Doutor, tivemos relação no último dia da menstruação dela, a camisinha saiu durante o ato, mas não ejaculei. Ela deve tomar a pílula do dia seguinte? Ela já usou duas vezes esse ano”

Se a mulher estava no último dia de menstruação, isso significa que ela não estava no período fértil e, consequentemente, não precisaria tomar a pílula do dia seguinte. Além disso, o homem não ejaculou, o que reduz e muito o risco de uma gravidez indesejada.

É importante ressaltar que, como a mulher tomou a pílula do dia seguinte duas vezes no ano, e acidentes parecem estar acontecendo frequentemente, a recomendação é procurar um ginecologista para discutir o uso de um método contraceptivo mais regular e seguro, como a pílula anticoncepcional.

Apenas para emergências

A pílula do dia seguinte é um método de emergência para evitar uma gravidez indesejada em casos de esquecimento ou falha do método contraceptivo convencional. É um recurso importante para situações em que a camisinha estourou, a mulher esqueceu de tomar o anticoncepcional, fez sexo desprotegido ou mesmo em casos de violência sexual.  

Entretanto, seu uso deve ser exceção e nunca regra. A pílula do dia seguinte tem de seis a 20 vezes a dose hormonal de uma pílula comum. Sendo assim, utilizá-la com frequência pode acarretar efeitos colaterais, como irregularidade menstrual.

O recomendado é que a pílula seja usada apenas uma ou duas vezes no ano, no máximo. Se tomada mensalmente, ela aumenta o risco de problemas, trazendo uma chance mais alta de câncer – se a mulher já tiver essa predisposição –, ou risco maior de trombose.

Confira:

Outros métodos contraceptivos 

Alguns métodos anticoncepcionais hormonais comuns são: 

  • As pílulas anticoncepcionais convencionais e, dentro desse grupo, há inúmeros tipos:  com doses mais altas ou baixas de hormônios, combinação de estrógeno e progesterona, ou ainda só progesterona;
  • Injeções (mensais e trimestrais);
  • DIU (Dispositivo Intrauterino);
  • Adesivos;
  • Implantes subcutâneos.

A diferença entre todos esses métodos é a durabilidade. Os implantes subcutâneos, por exemplo, duram em média de três a quatro anos. Tudo depende de como a mulher se adapta e com qual ela se sente mais confortável. As adolescentes geralmente se queixam da pílula anticoncepcional porque é necessário lembrar de tomar direitinho, apesar de hoje existirem diversos aplicativos e recursos para ajudar nessa tarefa. 

De qualquer forma, vale discutir com um ginecologista qual a opção que se encaixa melhor como estratégia de prevenção para cada mulher.