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Sexo também pode ser usado como forma de autolesão

Imagem Sexo também pode ser usado como forma de autolesão

Da Redação Publicado em 20/10/2020, às 20h24 - Atualizado às 20h25

Profissionais de saúde mental têm chamado atenção para o aumento dos casos de autolesão não suicida – machucados que algumas pessoas provocam no próprio corpo na tentativa de obter alívio para emoções negativas. Mas é importante lembrar que algumas pessoas também podem usar o sexo como forma de autolesão.

Essas pessoas se envolvem de propósito e repetidamente em situações sexuais que resultam em danos físicos ou mentais como forma de punir a si mesmas. E não é raro que coloquem a própria vida em risco com esse comportamento compulsivo.

Sexo para se ferir

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Linköping, na Suécia, entrevistaram 199 adultos com esse perfil, a maioria mulheres com idade média de 28 anos, para entender melhor o fenômeno.

Os resultados, publicados há alguns meses no Journal of Sex Research, mostram que essas pessoas tendem a fazer sexo com quem não sentem a menor atração, ou até consideram nojentas. O objetivo é o mesmo de quem faz cortes no braço ou queima a própria pele: se livrar da ansiedade, da tristeza ou do vazio existencial.

Alguns entrevistados afirmaram usar a masturbação como forma de automutilação – nesse caso os ferimentos são feitos na mucosa genital. Outros revelaram ir atrás de parceiros sabidamente abusivos com a intenção específica de sofrer violência física ou sexual.

Muitos dos participantes do estudo tinham histórico de abuso sexual, e também problemas de autoestima e raiva do próprio corpo.

É fundamental lembrar que esse tipo de comportamento não justifica, de modo algum, a ação de qualquer abusador.

Não confundir com BDSM

Também é muito importante diferenciar a autolesão pelo sexo das práticas BDSM (sigla que envolve bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo). No primeiro caso, a intenção não é sentir prazer.

Os adeptos do BDSM, além de obter prazer sexual com as práticas, agem sempre dentro de limites pré-estabelecidos e, o que é mais importante, com o consentimento de todos os envolvidos. O lema das comunidades é “são, seguro e consensual”.

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