Redação Publicado em 28/05/2025, às 10h00
Após o término de um relacionamento, muitas pessoas ainda têm sentimentos pelo ex-parceiro. Dependendo se alguém desejava ou não o término, pode ser difícil "superar" emocionalmente essa situação. Isso é especialmente verdadeiro se o relacionamento era de muitos anos antes do divórcio.
Duas questões importantes são: se é possível romper completamente todos os laços emocionais com um ex e quanto tempo esse processo geralmente leva. Um novo estudo, publicado na revista científica Social Psychological and Personality Science (Chong e Fraley, 2025), buscou responder a essas perguntas.
O estudo foi conduzido por Jia Y. Chong e R. Chris Fraley, do Departamento de Psicologia da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, e se concentrou na estabilidade a longo prazo dos laços emocionais com ex-parceiros após o término. Para serem incluídos no estudo, os voluntários precisavam preencher vários critérios. O mais importante era que fossem adultos e tivessem tido pelo menos um relacionamento romântico com duração superior a dois anos. Além disso, o relacionamento precisava ter terminado e o ex-parceiro ainda estava vivo no momento do estudo. No total, 328 voluntários concluíram o estudo. A média de idade deles era de trinta e poucos anos, e 57% eram mulheres.
Em média, os voluntários estavam juntos com seus ex-parceiros há cerca de 4,6 anos, e o término havia ocorrido, em média, cinco anos antes do estudo. No entanto, a variação individual nesses números foi grande. Os voluntários tiveram que responder a várias perguntas de diferentes questionários sobre apego emocional e vínculo.
Essas perguntas focavam em diferentes pensamentos e sentimentos sobre se ainda se sentiam emocionalmente ligados aos seus ex-parceiros. Elas abordavam áreas como se os voluntários ainda gostavam de passar tempo com seus ex-parceiros, se os ex-parceiros lhes davam uma sensação de segurança, e assim por diante. Os voluntários também responderam às mesmas perguntas em relação a um estranho.
Dessa forma, os cientistas obtiveram um valor de comparação individual para cada voluntário para avaliar se eles demonstravam um apego emocional mais forte ao seu ex-parceiro do que a um estranho. Além disso, os cientistas perguntaram aos voluntários se eles ou seus ex-parceiros haviam terminado, se tiveram um novo relacionamento desde o fim com o ex-parceiro e várias outras perguntas sobre a relação com o ex-parceiro. Usando esses dados, os cientistas conduziram diversas análises estatísticas avançadas.
O que os cientistas descobriram? A longo prazo, o vínculo emocional com o ex-parceiro chegou a zero nos modelos estatísticos. Esta é uma boa notícia para quem está passando por um término conturbado: os dados mostram que, em algum momento, quase todas as pessoas realmente "superam" seus ex-parceiros completamente e não têm um vínculo emocional mais forte com eles do que com um estranho na rua.
A má notícia, no entanto, é que o tempo necessário para chegar a esse ponto é surpreendentemente longo. Leva cerca de 4,18 anos para atingir a metade do caminho para a dissolução do vínculo emocional com um ex. Embora isso sugira que o vínculo emocional com um ex se dissolva completamente em torno de oito anos, a variação individual foi grande e, para alguns voluntários, o vínculo emocional com um ex era maior do que com um estranho, mesmo muitos anos depois. Assim, entre algumas pessoas selecionadas, o vínculo emocional com um ex nunca desaparece completamente.
Os cientistas também analisaram quais fatores afetaram a superação de um ex-parceiro. Curiosamente, estar em um novo relacionamento e o gênero não afetaram a rapidez com que o vínculo emocional com o ex-parceiro se desvaneceu.
O fator mais importante para prever a continuidade do vínculo emocional com o ex era se alguém conhecido continuava a ter contato com ele. Além disso, pessoas muito ansiosas tendiam a ter vínculos mais duradouros com seus ex. Ter filhos com o ex-parceiro resultou em um vínculo emocional inicialmente mais forte, que se desvaneceu mais rapidamente do que no caso de ex-parceiros sem filhos.
Fonte: Psychology Today
