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Pessoas omitem o equivalente a 3 cheeseburgers ao relatar o que comem

Ao anotar o que comem, as pessoas deixam de contabilizar cerca de 900 calorias - iStock
Ao anotar o que comem, as pessoas deixam de contabilizar cerca de 900 calorias - iStock

Redação Publicado em 25/05/2022, às 12h00

Um estudo mostra que as pessoas mentem ou erram feio ao relatar a quantidade de comida que ingerem todos os dias, sejam elas obesas ou magras. Elas tendem a omitir o equivalente a  três cheeseburgers do McDonald’s, segundo pesquisadores da Universidade de Essex, no Reino Unido.

O estudo acompanhou 221 adultos com idade média de 54 anos e diferentes tipos físicos. Todos eles tiveram que manter um diário alimentar e anotar tudo o que comiam. Além disso, todos passaram por um método inovador para avaliar o gasto energético dos participantes: a chamada água duplamente marcada, que permite o rastreamento posterior em testes de urina.

Diário alimentar x realidade

Ao comparar o que as pessoas anotaram no diário e o quanto, efetivamente, haviam ingerido, os pesquisadores notaram uma diferença de aproximadamente 900 calorias. Indivíduos com peso normal omitiram, em média, 800 calorias do total relatado. Já os obesos relataram ter ingerido cerca de 1.200 calorias a menos. 

No final das contas, porém, as diferenças entre os grupos não foram significativas quando os pesquisadores analisaram o gasto energético de cada integrante do estudo. Isso porque, segundo os testes, os obesos queimaram 13% mais calorias do que os participantes magros, o equivalente a 400 calorias. Por que isso acontece? Porque o excesso de peso faz com que uma pessoa tenha que fazer mais esforço para se movimentar. 

Metas mais realistas

Os motivos da omissão – se foi intencional, por vergonha, por distração ou esquecimento – não foram avaliado no estudo. Mas as conclusões derrubam o mito, bastante propagado, de que pessoas obesas mentem sobre o que comem, já que todo mundo mentiu ou errou, independente do peso. 

A principal autora do trabalho, Sally Waterworth, da Faculdade de Esporte, Reabilitação e Ciências do Exercício, observa que os resultados são importantes, já que recomendações de saúde pública costumam se basear em relatos de consumo alimentar.

As conclusões, publicadas no American Journal of Human Biology, podem fazer com que, no futuro, autoridades de saúde estabeleçam metas mais realistas ao aconselhar a população. E, dessa forma, mais gente pode se estimular a alcançá-las.

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