
Redação Publicado em 28/10/2025, às 10h00
A obesidade pode trazer diversas complicações à saúde e à autoestima. Para alguns homens, além de todas essas consequências, a concentração de gordura no abdome e na região acima do púbis pode ser tão acentuada a ponto de “esconder” o pênis. Ou seja, a parte exposta do órgão fica menor por ser “envelopada” pela pele e pelo tecido adiposo da região – uma condição chamada de “pênis enterrado” (do inglês, burried penis) ou “pênis embutido”.
Descrito pela primeira vez em 1919 por E. L. Keyes, o pênis enterrado é mais frequentemente causado pelo excesso de gordura na região suprapúbica e, também, pelo enfraquecimento da ancoragem da pele e da fáscia (uma camada de tecido abaixo da pele) às camadas mais profundas que compõem a base do pênis.
Estudos mostram que, em adultos, o pênis embutido pode causar estresse, constragimento e desconforto durante as relações sexuais, com dificuldades de ereção ou mesmo ereções dolorosas. Em alguns casos, observa-se também ansiedade e depressão.
Além disso, a pele da região também pode ser afetada. Uma vez coberta por uma camada cutânea mais extensa, a região passa a ficar mais úmida e mais predisposta a crescimento bacteriano, maceração da pele e infecções - se contínuo, esse quadro pode evoluir para mais inflamação e formação de cicatrizes. Infecções fúngicas também podem surgir.
Além da influência direta da obesidade no tamanho aparente do pênis, estudos indicam que o excesso de adiposidade pode ter outro tipo de influência, especialmente para crianças e adolescentes.
Um estudo feito no Vietnã e publicado recentemente descobriu que garotos que foram obesos na infância tendem a ter pênis mais curtos na idade adulta. O artigo foi publicado no Journal of Sexual Medicine.
Segundo os autores, obesidade está associada à redução do hormônio sexual masculino testosterona durante a puberdade, e a testosterona é importante para o desenvolvimento peniano.
O trabalho contou com 290 homens que procuraram o Hospital Universitário de Medicina de Hanói para exames reprodutivos. Os pesquisadores mediram altura, circunferências corporais e dimensões do pênis (flácido e esticado), além de estimarem o IMC dos participantes aos 10 anos.
Os pesquisadores constataram que aqueles que foram obesos na infância tendiam a ter pênis mais curtos (tanto em estado flácido quanto esticado), embora o tamanho não estivesse relacionado ao IMC na idade adulta.
“A obesidade infantil está associada ao crescimento peniano, enquanto a obesidade na idade adulta está relacionada à aparência do pênis, e não ao tamanho real. Portanto, há necessidade de intervenções precoces para mitigar os possíveis efeitos de longo prazo da obesidade infantil sobre o desenvolvimento peniano”, concluíram os autores.