
Redação Publicado em 31/10/2025, às 10h00
Sessões contínuas de caminhada oferecem uma proteção mais forte para a saúde do coração do que atividades fragmentadas. O estudo, publicado na revista Annals of Internal Medicine, investigou como diferentes padrões de caminhada afetam a saúde de pessoas geralmente inativas.
Uma equipe internacional de pesquisadores da Universidade de Sydney, na Austrália, e da Universidad Europea, na Espanha, avaliou indivíduos que davam em média menos de 8.000 passos por dia.
Aqueles que concentravam suas caminhadas em uma ou duas sessões de pelo menos 10 a 15 minutos apresentaram risco significativamente menor de morte e de eventos cardiovasculares (como infarto e derrame) do que aqueles cujos passos vinham de vários períodos curtos com menos de cinco minutos.
O coautor principal do trabalho, o pesquisador Matthew Ahmadi, da Universidade de Sydney, explicou que, para pessoas mais inativas, trocar caminhadas breves e esporádicas por caminhadas contínuas mais longas pode trazer benefícios à saúde.
Há uma percepção de que os profissionais de saúde recomendam caminhar 10 mil passos por dia como meta, mas isso não é necessário. Simplesmente adicionar uma ou duas caminhadas mais longas por dia, cada uma durando pelo menos de 10 a 15 minutos, em um ritmo confortável mas constante, pode trazer benefícios significativos — especialmente para quem caminha pouco.
O estudo envolveu 33.560 adultos entre 40 e 79 anos que normalmente caminhavam menos de 8.000 passos por dia e não tinham histórico de doenças cardiovasculares ou câncer. Os participantes usaram pulseiras de pesquisa por uma semana para registrar tanto o número de passos quanto a distribuição deles ao longo do dia.
Os pesquisadores acompanharam os desfechos de saúde por cerca de oito anos e encontraram diferenças marcantes no risco cardiovascular entre quem caminhava em períodos curtos e quem caminhava por mais tempo:
O autor sênior do estudo, Emmanuel Stamatakis, observou:
“Tendemos a dar toda a ênfase ao número total de passos ou à quantidade de caminhada, mas negligenciamos o papel crucial dos padrões — por exemplo, como a caminhada é feita. Este estudo mostra que mesmo pessoas muito fisicamente inativas podem maximizar os benefícios para a saúde do coração ajustando seus padrões de caminhada, caminhando por períodos mais longos de cada vez, idealmente por pelo menos 10 a 15 minutos, sempre que possível.”
A pesquisa mostra que mudanças simples podem fazer toda a diferença para a sua saúde. Se você caminha pouco, reserve um tempo para caminhar com mais frequência e por períodos mais longos. Essas pequenas mudanças podem ter um grande impacto.