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Muita tensão e pouco sexo? Veja dicas para resgatar a libido

Investir na sua vida sexual também significa ter mais saúde e um relacionamento mais feliz - iStock
Investir na sua vida sexual também significa ter mais saúde e um relacionamento mais feliz - iStock

Tem épocas da vida em que o desejo sexual flui sem o menor esforço. Já em outras fases, a sensação é a de que há tantos problemas para se resolver que o sexo vira sua última prioridade.

A ausência de libido, no entanto, pode acabar virando uma fonte extra de estresse na sua vida. Afinal, ter uma vida sexual ativa e plena traz benefícios não só ao corpo como à saúde mental e ao relacionamento. 

Obstáculos para entrar no clima

Veja algumas situações que podem comprometer o desejo e sugestões de como driblar o desânimo:

- Mais do mesmo: novas experiências estimulam a liberação de dopamina no cérebro, o que tem tudo a ver com a sensação de recompensa. Por isso, vale a pena investir em variações: um lugar diferente, um horário diferente, novas posições etc. 

- Falta de tempo: é difícil ter energia para o romance quando é preciso conciliar trabalho, família e tarefas domésticas, entre outras questões. Mas é preciso priorizar o que é importante, e o sexo está entre essas coisas que fazem a diferença na qualidade de vida e do relacionamento.

- Vergonha do corpo: todo mundo tem algo que gostaria de mudar na própria aparência. Mas ninguém precisa estar próximo da perfeição para ter autoestima. Valorize aquilo que você tem de melhor!

Fazer esforço faz parte!

Uma das mensagens mais importantes dos especialistas em sexualidade, e que muita gente não leva a sério, é que o desejo sexual nem sempre surge espontaneamente. E isso não é sinal de problema, é algo natural. 

Algum esforço é sempre necessário, seja para abrir um espaço na programação para o sexo, ou para tomar a iniciativa de quebrar a monotonia, ou simplesmente para se concentrar nas sensações corporais e nas fantasias. 

Veja, a seguir, outras dicas para ter uma vida sexual mais plena e satisfatória:

1. Dormir bem pode fazer a diferença

Quando estamos cansados, entramos no “modo automático”, de economia de energia. Nesse ritmo, é impossível esperar que a vontade de transar apareça. É com disposição e tempo para enrolar na cama que surge a libido. Além disso, o hormônio melatonina, liberado durante o sono, também interfere na produção de outros hormônios que interferem no bem-estar.

2. Atividade física também ajuda no prazer

O excesso de gordura corporal gera uma mudança na produção de hormônios sexuais como estrogênio e testosterona, o que tem impacto direto na libido. Cumprir o mínimo de 150 minutos por semana de exercícios moderados ou intensos é o caminho para ter um sono mais reparador, mais energia para a atividade sexual, mais libido e prazer sexual.

3. Exageros à mesa podem ser um obstáculo 

É comum as pessoas tentarem compensar uma frustração ou a ausência de emoções agradáveis com alimentos de alta densidade calórica. Quase todo mundo tem memórias afetivas ligadas à comida, por isso é natural buscar uma refeição caprichada ou a sobremesa favorita nos momentos em que falta prazer na vida, ou doses mais altas de álcool. Mas os excessos podem se reverter em um processo crônico de inflamação que também vão afetar a libido, além da saúde como um todo.

4. Autoconhecimento é essencial

A construção de uma sexualidade saudável tem muito a ver com autoconhecimento e autoexploração. Muita gente tem dificuldades para alcançar o orgasmo porque acredita que o prazer só está ligado à penetração. Na hora do sexo tudo conta: o “antes” é tão importante quanto o “durante”, é preciso aprender a relaxar e curtir o momento, saber o que é agradável para nós para, então, entender o que pode agradar o(a) parceiro(a). E todo esse aprendizado não surge da noite para o dia.

5. Perca a vergonha de falar

Boa comunicação é um aspecto fundamental para o sexo. Muita gente tem vergonha de dizer do que gosta e do que não gosta nos momentos de intimidade, e essas lacunas se transformam em bolas-de-neve. O sexo faz parte da vida de todo mundo, por isso não há motivos para ter receio de se expressar para alguém que vai para a cama com você.

6. Busque ajuda se precisar

Sexo e saúde estão intimamente ligados. Quando um não vai bem, é possível que o outro também seja afetado, ou até seja a origem do problema. Muitos problemas de ereção, de lubrificação, ou dificuldades para alcançar o orgasmo têm a ver com questões ligadas ao estilo de vida, à fase da vida (como a menopausa) e à saúde mental. Conversar com urologistas, ginecologistas, psicólogos e psiquiatras sobre sexo pode fazer toda a diferença.

Tatiana Pronin

Tatiana Pronin

Jornalista e editora do site Doutor Jairo, cobre ciência e saúde há mais de 20 anos, com forte interesse em saúde mental e ciências do comportamento. Vive em NY e é membro da Association of Health Care Journalists. Twitter: @tatianapronin